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2008/05/29

Especuladores e usurários (3)

Em economias planificadas o preço e a quantidade de um bem reflectem o que planeadores centrais estimaram como o correcto considerando todos os factores da oferta e da procura que conhecem e que conseguem trabalhar. O planeador central, no mínimo, dita o preço a que o bem será transacionado e a quantidade a ser produzida e/ou importada.

Em economias planificadas o "especulador" é um fora da lei. É um agente do mercado paralelo. O especulador explora a rigidez do sistema e as falhas de cálculo dos planeadores. Os especuladores tipicamente acumulam bens, ou seja açambarcam bens, que sabem que irão conseguir vender fora do mercado estatal com margens elevadas.

No léxico de uma economia planificada "especuladores" e "açambarcadores" são foras da lei que se aproveitam do facto da população viver à mercê de planeadores centrais para obter "lucros escandalosos". Nestas economias "especuladores" e "açambarcadores" são vilões e obtêm "lucros escandalosos".

Uma novidade: Não vivemos em uma economia planeada. Agora podem começar a tentar entender como funcionam os mercados e o papel dos preços em vez de andar atrás dos papões dos livrinhos vermelhos.

Contra as políticas neoliberais... pode ser que pegue...

Vamos acabar com décadas de políticas neoliberais em Portugal e começar a aplicar as políticas que tiveram tanto sucesso social em países como a Nova Zelândia, Irlanda, Chile ou República Checa!!!

Será que o Mários Soares me ouve? E se deixar um link aqui ou aqui?

Todos juntos! Vamos a isso?

2008/05/09

Arte (2)

Um artista é um intelectual, um homem das ideias, do intelecto. De facto físicos, médicos ou economistas poderão ser apenas técnicos, mas um artista é um intelectual. Para ser intelectual basta ser um artista reconhecido e para ser um artista reconhecido basta que o seja pelos decisores públicos.

Uma linha ideológica que suporta o princípio que a Arte deve ser financiada por meios colectivizados é atractiva para artistas que querem ser suportados por meios colectivizados. Pode ser atractiva também por outras razões, mas esta razão é incontornável. Quanto mais meios esta linha promete distribuir mais atractiva será a linha ideológica para estes artistas que são por definição intelectuais.

O objectivo de linhas ideológicas antagónicas à colectivização de meios para a distribuição discricionária dos mesmos por decisores públicos de atrair para seus apoiantes artistas tem uma probabilidade de sucesso limitada. Dos artistas que até poderiam ser atraídos por uma linha sustentada pela liberdade individual apenas ficam os que repudiam ser dirigidos por políticos.

O objectivo de linhas ideológicas antagónicas à colectivização de meios para a distribuição discricionária dos mesmos por decisores públicos de atrair para seus apoiantes intelectuais tem de passar pela redefinição do que é um intelectual. Enquanto a definição de Intelectual estiver indirectamente à mercê dos decisores da distribuição dos meios colectivizados o objectivo é impossível de alcançar.

2008/05/08

Arte



Estive recentemente no MoMA onde aproveitei para tentar ficar um pouco menos incapaz de apreciar arte moderna.

Ouvi o que os senhores do áudio tinham a dizer sobre cada uma das peças e respectivos autores, o que recomendo especialmente a pessoas com tão pouca sensibilidade como eu .

Em dada obra de Pollack, artista tão apreciado por entendidos como incompreendido por mim, o comentador realçava a viragem da arte no sentido da expressão individual. A arte como expressão do interior sem objectivo de impacto em terceiros. A arte como forma de expressão individual. Ao artista a liberdade criativa para expressar-se sem a restrição de vontades alheias. A Arte como fim em si mesmo e não como meio para agradar terceiros.

Indivíduos que se querem expressar como bem entendem sem grilhetas. Devem ter esse direito todos concordarão. Ninguém se poderá opor ao livre exercício desta liberdade.

A interpretação deste direito foi mais longe. Os artistas têm necessidades materiais; Têm necessidades que vão para além da necessidade de se expressarem. Se a arte deixa de ter ser valorizada por outros; Se esta valorização é considerada uma grilheta; Se arte valorizada por terceiros pode até ser considerada do pior dos epítetos, de arte comercial. Se o artista não deve depender da valorização das suas obras por quem tem meios para as remunerar como pode ele receber meios para se alimentar, para viver? Se a Arte produzida não é remunerada voluntariamente, como é que o artista satisfaz as suas necessidades materiais?

A resposta em Estados sociais foi simples. O Estado, recolhe impostos à força aos indivíduos que produzem e que transaccionam bens valorizados por terceiros. Depois, os governantes distribuem parte deste dinheiro para alguns artistas de acordo com critérios não comerciais.

A minha primeira crítica é óbvia. Qualquer indivíduo tem que ter o direito de se expressar livremente. Não tem o direito de exigir meios de subsistência a outros indivíduos. Pode criar como lhe entender. Não pode exigir meios de subsistência por exercer essa liberdade.

A segunda crítica é dirigida à incoerência da solução. A Arte em vez de ser remunerada em função da valorização de terceiros que dispõe dos seus próprios meios passa a ter a sua remuneração a depender dos gestores do dinheiro colectivizado. Os artistas continuam a depender dos meios para viver. Não existe independência. Para os artistas financiadas pode existir independência para criar. As suas obras não estão a ser avaliadas por potenciais financiadores. Mas não são independentes. Dependem da vontade discricionária dos gestores dos dinheiros públicos. Não é a Arte que é valorizada, são os seus autores que são valorizados pelos gestores dos dinheiros públicos.

Não é de admirar que tantos indivíduos ligados à arte estejam ligados à política. Não é de admirar que a Arte seja tão política e politizada. Tal como há mil anos atrás, hoje os artistas têm que agradar a quem lhes dá os meios para satisfazer as suas necessidades. Apenas transaccionam activos diferentes.

2008/05/06

Liberdades negativas reloaded

O João Vasco, na Esquerda republicana, escreve uma série de artigos dedicados à análise dos direitos negativos e positivos. Vale sempre a pena lembrar que direitos negativos são aqueles que, sendo respeitados, não implicam a entrada na esfera de direitos negativos alheios.

Alguns comentários:

Texto - Liberdades positivas e negativas - I

"(...) Quando se dá o monopólio da força ao estado, está-se, em boa verdade, a atacar uma liberdade negativa, e a defender uma liberdade positiva. (...)"
O monopólio da força dado ao estado não ataca em si mesmo liberdades negativas. Depende como essa força é usada. No limite (liberal) esse monopólio só é usado para garantir as liberdades negativas dos cidadãos. A força é um meio que pode ser usada para variados fins. O importante é definir-se a amplitude de poderes do estado de forma a limitarem-se os fins no qual pode aplicar esse monopólio da força.
"(...) Os cidadãos são impedidos de coagir, agredir, usar a força. (...)"
Assumindo que quer dizer: "Os cidadãos são impedidos de coagir, agredir, usar a força – sobre outros cidadãos"; estas não são de todo liberdades negativas já que entram no direito (negativo) à integridade física dos outros cidadãos.
"(...) São também impedidos de furtar. (...)"
O direito ao furto implica o cancelamento do direito de propriedade alheio. O direito à propriedade é um direito negativo.
"(...) Em nome da sua segurança - a liberdade positiva de saber que não pode chegar um indivíduo mais forte no meio da rua e bater-me porque lhe apetece. (...)"
A segurança, no sentido de integridade física, é uma liberdade negativa.
Texto - Liberdades positivas e negativas – III

"(...) Não deixa de ser um exercício curioso imaginar como seria uma sociedade em que todas as liberdades negativas estivessem asseguradas. Essa sociedade seria... A nossa. Ou qualquer uma que exista ou possa existir. (...)"
Na nossa sociedade o Estado apenas garante o direito à vida e à integridade física. Não me lembro de mais nenhuma liberdade negativa que seja garantida pelo estado na nossa sociedade.
"(...) Nenhuma sociedade possivel é incompatível com a defesa intransigente de todas as liberdades negativas. Nem a ditadura mais abjecta, nem a comunidade anarquista mais pacífica. (...)"
Tem razão. Em tese, o respeito pelas liberdades negativas é independente de quem detém o poder. Depende inteiramente de como este é usado.
"(...) Note-se bem que quando todas as liberdades negativas estão asseguradas, nada é proibido. Nem sequer proibir é proibido. Nem desobedecer às proibições é proibido. Nem castigar quem desobedeceu às proibições é proibido. (...)"
Se estão asseguradas pelo monopolista da força, o Estado, isso significa que é proibido atentar-se contra essas liberdades negativas. É proibido matar, por exemplo. De resto fala de anarquia, que passa pela não imposição pela força centralizada da força das liberdades negativas.
"(...) Talvez existam alguns niilistas que considerem esta tese simpática, mas na verdade ninguém defende uma sociedade onde todas as liberdades negativas estão garantidas. Nem os anarquistas. Muito menos os liberais, sejam de direita ou não. (...)"
Se a tese for a defesa centralizada das liberdades negativas pode ter a certeza que não vai conhecer nenhum anarquista que defenda esse sistema e vai encontrar muitos liberais que a defendam. Muitos mesmo.
Texto - Liberdades positivas e negativas – IV

"(...) Via A - Os habitantes de Carrafeu escolhem um porta voz. Este aproxima-se de Laura e aponta-lhe uma pistola dizendo: - Ou te despes já, perante toda a aldeia, ou mato-te.

Via B - Os habitantes de Carrafeu escolhem um porta voz. Este aproxima-se de Laura dizendo: - Ou te despes agora, perante toda a aldeia, ou, no exercício da nossa liberdade individual, cortamos qualquer relação económica contigo, deixamos de fazer qualquer transacção. Assim, não tendo acesso a comida ou qualquer forma de a obter, só te restará morrer à fome.

(...)

Mas existe algo que distingue estas vias. É que na via B não foram violadas as liberdades negativas que os liberais de direita valorizam. Para um liberal de direita ortodoxo a via A é ilegítima, mas o mesmo não poderá ser dito da via B.
É ao contrário. Na Via A são violadas as liberdades negativas da Laura. É-lhe dado a escolher entre perder o direito à vida ou o direito a dispor do seu próprio corpo. A via B é interessante porque é um cenário enquadrável na nossa democracia actual. De facto em Portugal seria apenas necessário que 2/3 + 1 dos portugueses quisessem e poderiam fazer isso às várias Lauras deste país. Por isso é que liberais defendem que os direitos negativos não devem poder ser diminuídos pela maioria democrática.
Texto - Liberdades positivas e negativas – V

"(...) A wikipedia traz-nos uma definição formal deste conceito, de leitura um tanto mais fácil: «if 'A' has a negative right against 'B' then 'B' must refrain from acting in a way that would prevent 'A' from doing 'x'.» (...)"
A Laura tem um direito de não mostrar o seu corpo aos restantes aldeões. Os restantes aldeões devem conter-se e não forçar a Laura a mostrar o seu corpo.

Cada um dos aldeões tem o direito de fazer transacções comerciais com quem entender. A Laura não deve forçar os outros a terem transacções comerciais com ela.

Caro João Vasco, tente alterar os direitos sem entrar em duplas negações... Tente criar o direito negativo a Ver o corpo da Laura, por exemplo. Ou para ir mais longe, o direito a ser alimentado por outros.

2007/12/10

Chavez - um revolucionário à frente de seu tempo...

...pelo menos uma boa meia-hora

Os venezuelanos iniciaram hoje mais cedo o seu dia de trabalho. Tudo porque o presidente Hugo Chavez decidiu alterar a hora e criar uma zona horária única para a Venezuela.

O objectivo de Chavez é permitir que as crianças e as populações mais pobres acordem e regressem para casa ainda com sol. A hora na Venezuela atrasou, assim, esta manhã, em meia hora.

Depois de ter alterado o nome do país, para República Bolivariana da Venezuela e de redesenhar a bandeira nacional, Chavez decidiu agora alterar a hora. Tudo em nome da "sociedade socialista do século XXI", justifica o presidente.

no Jornal de Negócios

2007/11/28

Moralidade...

O meu avô foi internado de urgência no Hospital Curry Cabral, esse símbolo do SNS.

Tudo o que aconteceu desde que o meu avô deu entrada nessa pérola do SNS fez-me lembrar esta posta do Hugo Mendes. Enquanto via o pessoal hospitalar a tratar os internados como cães, lembrei-me de que neste sistema não temos direito a exigir qualidade. Perdemos esse direito quando prescindimos a liberdade básica de escolha. O agente do Estado tem o indivíduo na mão. O indivíduo tem de se submeter, isto se quiser sequer ter a oportunidade de ser tratado minimamente. "É melhor não dizeres nada porque o teu avô depende da boa vontade destas pessoas". "Estas pessoas" são os agentes do estado na saúde, não têm outro nome. Eles sabem que são os Senhores e que os indivíduos fora da máquina são um inconveniente necessário.

A superioridade moral do socialismo é uma mentira usada para submeter o indivíduo. Não há moralidade na submissão, na eliminação de opções, na eliminação da liberdade individual, na submissão à força. Essa ideia vendida é apenas um meio para a aceitação da submissão de cada um à tirania de uns poucos, os gestores do "colectivo". Não existe "colectivo", existem apenas escolhas colectivizadas e geridas centralmente pelos "iluminados", os donos dos indivíduos que prescindiram das suas opções e da sua liberdade.

PS: Acho menos piada à defesa moral do SNS quando vejo os menos defensores a usarem de privilégios de conhecimentos dentro da máquina pública para obter tratamento diferenciado.

2007/11/27

Isn't that rewarding greed and stupidity?

The long johns - Subprime


(...)

Press - The crisis is probable to turn into financial meltdown, can it be avoided?"

Investment banker: It can be avoided provided that governments and central banks give us the speculators back what we have lost

Press: Isn't that rewarding greed and stupidity?

Investment banker: No, no, it's rewarding what prime minister Gordon Brown calls the ingenuity of the market

(...)
Atacar os especuladores quando tomam decisões inteligentes e salvá-los quando tomam decisões erradas. Ou seja, de qualquer forma atacar as decisões inteligentes. Isto é feito em nome da "racionalidade" do mercado. Paradoxos do socialismo.

2007/08/20

Todos iguais

Volto de férias da Blogosfera.


Acabei de ler 3 livros de carácter biográfico, todos diferentes, todos com um ponto em comum. Tratam de homens como os outros que conseguiram concentrar o poder da vida e da morte de outros indivíduos durante o séc. XX. Mao Tsé-tung, Che Guevara, Idi Amin Dada.

Enquanto me ponho a par do que foi escrito deparo-me com este texto de um líder político do Portugal do séc. XXI.


De Miguel Portas (negritos meus):

"Dissociar-me-ia deste tipo de protesto caso o Movimento Eufémia Verde fosse uma espécie de “braço militar” que se pusesse a queimar propriedades com milho transgénico onde quer que elas se encontrassem. Não por qualquer motivo de ordem moralista. Mas porque atrasaria a formação de uma corrente de opinião maioritária quanto ao princípio que referi."

Colectivistas de esquerda ou de direita têm este ponto em comum. A violência sobre outros seres humanos só é de evitar se criar obstáculos à prossecução dos seus fins. Para Miguel Portas a violência sobre outros seres humanos é moralmente aceitável. O que não é aceitável é a “má imprensa” que pode prejudicar a sua causa.

Não compreendo como tantos jovens inteligentes marcham pela “paz" ao lado de indivíduos que tão manifestamente a usam como meio para atingirem os seus violentos fins. Os livros que acabei de ler estão cheios de histórias de jovens que acreditavam. Uns tiveram sorte e voltaram as costas "aos ideais", outros com menos sorte ficaram em valas sem nome com um tiro na nuca. É que para os seus heróis os meios justificam os fins e eles não passavam de "meios".

2007/06/29

Oferta Pública de Venda


Prospecto de Oferta Pública de Venda e de Admissão à Negociação

Oferta pública de Venda de 10.000.000 acções ordinárias, nominativas e escriturais, com o valor nominal de 0,01 €, representativas de 100% do Socialismo, Sociedade Engavetada, constituída em 1978.

O Socialismo encontra-se à venda. Para o público em geral. É um produto muito apetecível para utilizar na sua organização. Pode utilizá-la como prefixo, sufixo, enfeite, referência, objectivo de rumo, argumento demagógico. Artefacto indispensável à propaganda eleitoral ou governativa. Encaixa-se em qualquer tipo de organização política ou institucional. Não importa qual a corrente ideológica.

Ao engavetamento seguiu-se o estágio em Carvalhas à temperatura controlada de 15ºC durante cerca de 30 anos, a fim de se atingir o consenso social adequado para a sua implementação. Engavetado sem tratamento, este produto pode formar um ligeiro depósito com os anos devendo então ser decantado. O produto deve ser mantido ao fresco e longe do acesso às crianças. Pode ser servido de manhã, junto com as criancinhas, ao ao almoço ou ao jantar. Pode acompanhar com couves amareladas.

Principais organismos já subscritores:
Segurança Social
Partido Socialista
Nacional-Socialismo
Liberalismo-Social
Partido Social-Democrata
Centro Democrático e Social
Constituição Rumo ao Socialismo
Comunicação Social

2007/06/22

Quiz (2)

O João é o principal accionista e administrador executivo da empresa "luta de classes". Na empresa "luta de classes" é reservado um lugar de administrador ao representante dos trabalhadores. Tem um departamento na área de recursos humanos cuja única função é garantir que os trabalhadores da empresa são os melhores pagos do sector e que têm condições dignas de trabalho. Os trabalhadores da "luta de classes" concordam que o João é um "companheirão", um amigo.

A Raquel é o principal accionista e administradora executiva da empresa "Mercado". Nesta empresa os trabalhadores recebem salários base abaixo do que é pago nas outras empresas do sector mas recebem prémios de produtividade sempre que excedem as expectativas. A área de recursos humanos tem um departamento cuja única função é detectar variações de produtividade. A Raquel é reconhecida por ser uma gestora dura e pouco amiga. De facto os trabalhadores não gostam da Raquel, "não é humana", dizem.

A "luta de classes" está a acumular resultados negativos ano após ano (independente da forma de gestão e das regalias dadas aos trabalhadores). A "luta de classes" não encontra financiadores. Os accionistas, incluindo o João, não sabem mais o que fazer. A “luta de classes” deixa de poder pagar os salários este mês.

A representante do "Mercado" abordou os representantes da "luta de classes" para uma possível aquisição e fusão. A "luta de classes" seria absorvida pelo "Mercado" e metade dos trabalhadores da "luta de classes" seria despedida, tendo algumas área sido já identificadas como redundantes tal como a de gestão de recursos humanos. A empresa resultante seria mais competitiva que as inicias separadas sendo que o previsto é iniciarem a planificação de expansão de operações.

O que deve fazer o João?

i) Nada

ii) Montar uma manifestação no ministério da economia para que o estado viabilize a "luta de classes"

iii) Promover a nacionalização da Banca se esta não continuar a financiar os maus resultados da "luta de classes"

iv) Render a "luta de classes" ao "Mercado"

v) Dar a decisão ao representante dos trabalhadores da “luta de classes”

2. Sabendo que as respostas ii) e iii) à pergunta 1. eram armadilhas e não existem de facto, se fosse o representante dos trabalhadores da "luta de classes" que decisão tomaria?

i) Nada

ii) Aceitar a absorção da amanhãs que cantam pelo "Mercado"

iii) Montava manifestações à porta da “luta de classes” esperando por repórteres da TVI.

3) Neste caso os interesses dos trabalhadores e dos accionistas da "luta de classes" estão alinhados?

i) Sim

ii) Não

iii) Prefiro não responder a esta questão teórica que me pode comprometer na prática

4) Preferia trabalhar para a "luta de classes" ou para o "Mercado"?

Nota: Este não é caso real nem há mais informação.

Nota 2: Dedicado ao comentador jms

Nota 3: Editado para corrigir o erro de confundir "amanhãs que cantam" com "luta de classes"

2007/06/21

Quiz...

Conversa entre A, B e C:

A: Tenho um problema gravíssimo com uma fábrica. Os trabalhadores em alguns meses desaparecem por completo. A fábrica para e perdemos toda a produção do mês.

B: Param porquê? Não estão satisfeitos?

C: Quanto é que perdes nesses meses sem produção?

A: Eles estão satisfeitos, mas vão trabalhar para as terras deles. São meses de colheitas. Perco 100.000 Euros em cada mês.

B: Não há desemprego nessa zona, certo?

C: E quanto é que gastas em salários?

A: O desemprego e o sub-emprego atingem níveis brutais. Gasto em salários 5.000 Euros por mês.

B: As condições de trabalho devem ser muito más... são trabalhadores precários?

C: Quanto é que eles ganham nas colheitas?

A: (B)Têm um contrato e ganham semanalmente como é prática. Não temos acidentes de trabalho. São as pessoas com mais educação na zona que procuram trabalho nas fábricas. De facto são também esses que têm mais terras próprias. (C) Nos meses de colheita ganham o dobro se trabalharem nas próprias terras do que se estivessem na fábrica.

B: Pelo menos os trabalhadores estão contentes. Os donos da fábrica podem bem com o prejuízo. Eis um bom exemplo em como a vontade dos trabalhadores unidos os liberta do jogo do capital em prol do desenvolvimento dos meios próprios de produção.

C: Porque é que não aumentas os salários de todos os trabalhadores para o dobro em todos os meses? Dessa forma os trabalhadores da fábrica já não teriam razões para parar de trabalhar nos meses da colheita porque podiam contratar outros para fazer o seu trabalho na terra.

Pergunta 1: O que deve fazer o A?

i) Nada

ii) Congratular-se por gerir uma fábrica em que os trabalhadores também trabalham a sua própria terra

iii) Duplicar os salários dos trabalhadores

Pergunta 2:

No texto quem é o socialista e quem é o liberal?

Pergunta 3:

Os trabalhadores ficam melhor com a solução do liberal ou com a solução do socialista?

Pergunta 4:

O dono da fábrica fica melhor com a solução do liberal ou com a solução do socialista?

Pergunta 5:

Esta história tem algum fundo de verdade?

2007/06/19

Socialismo e Social-Democracia

Uma discussão muito recomendada nesta caixa de comentários. É sempre bom conhecer o outro lado da barricada.

Saliento a lucidez de Hugo Mendes. Não basta acreditarem na igualdade. Têm de ter uma estratégia com razoáveis probabilidades de sucesso mesmo que isso signifique esquecer a luta de classes.

A social-democracia é perigosa por isto. Aprendeu a lição. Deixar os indivíduos produzir para depois os roubar dá mais resultado que roubar os meios de produção directamente.

2007/06/08

Sindicatos e a família

Há algum tempo atrás defendi que a família, instituição, acaba por ser prejudicada pelos seus aparentemente maiores defensores. Ao introduzirem na esfera estatal a família, estão lentamente a matar esta instituição. Pode e deve fazer-se um raciocínio semelhante com os sindicatos.

Os sindicatos, ou a sindicação de interesses de um grupo unido por relações laborais, como associação livre podem ser muito úteis para uma economia, para um sector económico, ou no limite para uma empresa. Diminuem os custos de negociação por exemplo. Diminuem os custos de captura e disponibilização de informação (o que é importante para um grupo de trabalhadores). Da mesma forma que os trabalhadores não deviam ver como inimigos as empresas, as empresas também não devem ver como inimigos os seus trabalhadores.

Os sindicatos começaram a morrer com a evolução da doutrina marxista-leninista. A visão dos sindicatos como meio para a revolução proletária implicava o controlo dos sindicatos pelos partidos marxistas. Os sindicatos deixaram de ser representantes dos trabalhadores e passaram a ser representantes dos partidos políticos marxistas-leninistas. Deixaram de defender os interesses dos trabalhadores e passaram a defender a “revolução inevitável”. Não é uma surpresa de que os trabalhadores que não se revêem nestes partidos também não se queiram associar a esses sindicatos. E que quanto menor a expressão desses partidos menor a relevância dos sindicatos. É de lamentar que os partidos que comunicam maior proximidade aos sindicatos de trabalhadores sejam os que mais se empenhem em matar a sua utilidade.

2007/06/01

Façam-se ouvir os defensores do " bem comum "

O comissário para os Assuntos Económicos e Monetários, Joaquín Almunia, propôs hoje um papel mais relevante para o Eurogrupo - forum informal dos ministros da Finanças da Zona Euro - na definição da política económica.

Almunia defendeu a criação de um modelo de governo económico efectivo para os países da moeda única para garantir que as medidas sejam sempre adoptadas de forma coordenada e que seja dada prioridade aos interesses comuns da zona, acima dos nacionais.

Público Última Hora, com negritos meus.

2007/05/26

Já não pega...

Sugiro ao Luís Lavoura que vá falar com o João Rodrigues. É que o Luís , com estes posts, envergonha a ala económica da esquerda moderna.

Bolsa, esquema de ponzi? Mercados de capital, esquema de ponzi? O Luís ainda está com as palavras de ordem dos partidos que formaram o BE...e estes entretanto evoluiram. Perceberam que era necessário perceber-se mesmo muito pouco de economia e finanças para se fazerem essas comparações. Evoluíram, agora as ilusões são outras.


PS1. Por estas é que me recuso a escrever sobre física nuclear...

PS2. Será que me vão moderar este post?

2007/05/15

O próximo passo III

O próximo passo II

Existem estabelecimentos, abertos ao público, que claramente vilipendiam os direitos legítimos dos seus fregueses.

São concretamente os bares e discotecas, que proximamente se vão libertar do jugo do fumo com que os seus irresponsáveis clientes teimam em contaminar o ar, prejudicando a saúde dos não-fumadores que lá optam e têm direito a ir.

Mas há um outro inimigo que urge colmatar. O nível de ruído praticado nesses estabelecimentos, por vontade irreflectida dos seus proprietários, é claramente desajustado e pode em muitos causos causar danos irreversíveis nos ouvidos dos seus clientes, mesmo que estes não gostem de música alta.

Aliás, o próprio facto de esses estabelecimentos terem música alta, ou mesmo desadequada a algumas minorias que os frequentam, claramente prejudica o direito que todos têm a usufruir dos seus serviços. Pessoas que não têm outros locais onde consumir bebidas baratas e variadas e conviver com os seus amigos, vêm deste modo a sua capacidade de integração e coabitação social diminuída, e empurrados a terem que ouvir essa música no ambiente adequado em sua casa ou em locais onde já não podem ter acesso às suas bebidas favoritas.

Uma clara discriminação e, mais do que tudo, uma ameaça à saúde pública que urge, agora que se deu o passo no bom caminho, irradicar.

O próximo passo I

Road safety officers are calling on the government to ban smoking behind the wheel to cut the number of accidents.

BBC News.
Outras decisões que se supõe estarem em cima da mesa são a de proibir catchy tunes na rádio (ou o seu porte em formato de cassette ou CD) e a de proibir o uso de vestidos provocantes junto às rodovias.