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2008/04/09

Cotovelo



There is a lot of self-congratulatory compliments of ex-Atlântico members going on today in the blogosphere. I was one of the few bloggers who wrote about the end of Atlântico and did not have a good word about the project. I still don't. I cannot accept people who run campaigns against other people and insult them simply because they disagree about ideas.

(...)

These people were not merely anonymous commentators of the blogosphere. (...) Without discussion they thought they had the truth and I was wrong and they considered this difference to be a good reason to call me all the names coming to their minds. I find such behaviour unacceptable. Thumbs down to them.

As for who is wrong or right, one thing is certain. The market has already produced its verdict about them and the verdict is: they were wrong. As for me, it remains to be seen.
Pedro Arroja atirou-se vorazmente ao prato frio da vingança contra alguns membros do colectivo do blog de suporte à revista Atlântico que ousaram dirigir-se-lhe (1, 2, 3) em termos que não passaram o seu crivo (que, como sabemos, é particularmente fino).

A vingança é, contudo, totalmente compreensível (e até previsível), mesmo que se possa estranhar de um propalado liberal a confusão do todo de uma revista com alguns dos responsáveis e colaboradores. Afinal, Pedro Arroja nunca escreveu para a dita publicação, e há certamente derrotas argumentativas e comentários duros e acintosos que devem ser bastante duros de engolir. Assim, mais uma vez, a ânsia de aproveitar a oportunidade e disparar sobre alguns elementos da lista dos que lhe fizeram a vida difícil no passado toldaram-se o discernimento.

Pedro Arroja afirma que o "mercado" escrutinou quem estava certo, se ele ou a dita revista. Deixou para si o julgamento de tal ainda não lhe ter ainda acontecido.

Estará concerteza esquecido. Afinal, todos nos lembramos que, ainda não há muito tempo, o mesmo Pedro Arroja foi corrido sem apelo nem agravo do blog colectivo onde participava, que acumula mais visitas e tem os artigos lidos por mais olhos do que os que passaram por todas as edições somadas da referida revista.

Ficamos então esclarecidos (e tranquilos). O mercado decidiu, e podemos estar certos que, por aplicação do próprio critério Arroja, Pedro Arroja está errado.

2007/12/04

... Muda-se

"O escravo tem um amo só, o ambicioso tem tantos quantos são úteis à sua fortuna”.

(Jean de la Bruyère)
Parece que o Tiago Mendes foi corrido optou por tirar as suas conclusões em relação à crise que ele próprio criou, e se vai afastar da participação no blog da Revista Atlântico. Isto se, a julgar pela quantidade de artigos que ainda vai escrevendo depois do "ponto final", não se tiver ainda barricado.

Saída em grande, com todos os ingredientes do tiagomendismo e da tragédia clássica grega, apesar do facto de se esperar que o coro venha a desempenhar uma função substancialmente distinta. Senão vejamos:

- O respeitinho, a educação e tento na língua em função do destinatário, ou a discussão de "ideias" e não de "pessoas":
No texto que eu tinha originalmente escrito para este post, incluía um parágrafo em que referia isto: eu consideraria inaceitável escrever algo próximo do que escrevi sobre o André Azevedo Alves relativamente ao “deus” nesta casa - o director - ou mesmo aos seus “semi-deuses” - os membros do Conselho Executivo (Rui Ramos, Vasco Rato, João Marques de Almeida, Luciano Amaral). Se escrevesse tal coisa sobre o director, só podia bater de imediato com a porta - e o mesmo se teria de passar, provavelmente, se me referisse a um membro do Conselho Executivo. [...] O André Azevedo Alves, neste momento, é “apenas” colaborador e membro do Conselho Editorial da revista.
- Os Cavaleiros do Apocalipse, ou o acumular de escritos que não permitiu citar nem sequer um:
O que o que escrevi sobre o que tem escrito o André Azevedo Alves não foi motivado por “um” post dele recente, mas sim por um acumular de escritos na blogosfera que primam pelo saudosismo, conservadorismo moral e libertarianismo económico [...]
- O "puxei, puxei mas não saiu nada":
Eu não digo que o André Azevedo Alves me dá vómitos - isso seria, obviamente, gratuito e inaceitável. Os fortes qualificativos que usei resultam de um conjunto de ideias suas que, na minha opinião, o tornam merecedor desses atributos.
- O síndrome "o que é chato é eu não lhes conseguir dar a volta e ele ter mais público que concorda com as dele do que com as minhas":
Aquilo que eu escrevi foi motivado por uma coisa muito simples: considero que as ideias expressas pelo André Azevedo Alves são demasiado toleradas à direita - no sentido de não serem “criticadas” suficientemente, e não no sentido de não haver ninguém que as “elimine”.
- O argumento do sistema, ou a táctica Luís Filipe Vieira:
Pergunto, então: por que há, à direita, tão poucas críticas ao que escreve o André Azevedo Alves? Será por “medo”? De quê? Porque ele está na revista, e em crescendo na revista? Porque tem as costas quentes? Por preguiça? Porque muitos dos possíveis críticos estão de outro modo comprometidos, temendo perder lugares ou favores? Porque a direita que se diz “moderna” se revê naquele conjunto de ideias e na forma obsessiva, mal educada (sim, a “educação” era ironia, claro que se trata de um mal-criado), propagandista e moralista? Porquê, pergunto? Pergunto mesmo.
- O momento de clarividência:
Participar num blogue conjunto implica regras mínimas de convivência. Quando vim para este blogue, o André já cá estava. O Henrique e o Paulo tiveram, com grande pachorra e simpatia (e também interesse: afinal, a imagem de “pluralidade” e as audiências também contam), muito insistir para que eu aceitasse o convite, porque temia que alguma ruptura viesse a ter lugar.
- A escola otáviomachadista, ou o argumento "vocês sabem do que estou a falar":
Não vale a pena recolher dezenas de posts sobre isto, deixei uma pequena amostra. Quem o lê sabe do que falo, e quem não sabe do que falo, paciência.
- A victimização, a imolação do mártir, ou aquela cena em que começam a tocar os violinos:
Se ser desagradável - muito por não se conseguir escrever, num momento de impulso e em que se sente que é preciso “dizer basta” de forma clara - é o preço a pagar para se poder dizer verdades importantes, sem salamaleques, de forma clara, tendo como consequência o não poder frequentar certos salões sociais, é um preço que aceito, mesmo tendo em conta os danos causados a terceiros. Sempre me ensinaram - família e 9 anos de educação num colégio católico, desde pequenino - a valorizar a “boa formação” e a “boa educação”, mas a dar prioridade à primeira. A olhar mais para o coração do que para a roupagem.
- O momento "afinal havia outra", ou "causa é causa mas isto do altruísmo é claramente overrated":
Vim para este blogue, como qualquer mortal viria, com um misto de interesses pessoais e de contribuir para um projecto em que acreditava e que acarinhava.
- A ameaça, ou o síndrome "eu tenho muitos poderes" (próximo do "eu parto isto tudo" de uma Zazie de outras paragens):
Primeiro, sublinhando que existe muita gente à direita (que eu conheço alguma, acreditem que sim) que suporta as ideias do André Azevedo Alves tanto ou menos do que eu, só que não o diz. (Se eu revelasse alguns nomes publicamente, acreditem que a blogosfera de direita nunca mais seria a mesma).
- O beijo de Judas:
Terceiro, agradecendo novamente ao Henrique - mas sobretudo ao Paulo - a oportunidade que me deram de estar aqui; e desejando a melhor sorte a todos os que estão no barco que agora deixo, em particular ao seu dedicado e esforçado director, que terá muitas limitações (todos temos) mas não essas duas. Ele está neste projecto de corpo e alma e, como já disse o Henrique há tempos e eu concordo, “Os outros falam, o Paulo faz”.
Como se vê, ingredientes do mais fino recorte que, ainda mais com a greve dos argumentistas de Holywood, seria matéria pronta a verter no próximo êxito em substituição de um Tom Clancy ou de um John le Carré.

Isto se não fosse simplesmente patético.

2007/12/02

Quem não está bem...

Há condições mínimas para a convivência, num mesmo espaço, com reaccionários do calibre do André Azevedo Alves (e não digo isto como “insulto”, como “arremesso”, mas como mera “constatação”, percebam isso antes de mandar emails). Aceites que estão - obviamente - a sua presença (aliás, prévia à minha) e a sua liberdade de expressão total neste blogue, de vez em quando é necessário lembrar que não só não se partilha o que quer que seja daquele furor patrulhador contra tudo o que possa pôr em causa a tradição milenar da santa madre igreja e contra quem defende tolerância para com a diferença, como se acham certas atitudes simplesmemente asquerosas. Leram bem: asquerosas. Nojentas, execráveis, mesmo de puxar o vómito.

Tiago Mendes.
Não imagino o sofrimento e o incómodo por que passará o Tiago Mendes para debelar os seus instintos primordiais, as náuseas e o nojo, e mesmo assim continua forte e vigoroso escrevendo de rédea solta no blogue da revista Atlântico. A causa que o move deverá ser muito forte para fazer tão grandes sacrifícios e o forçar a trocar linhas de HTML com tão nefastas companhias como o André Azevedo Alves. Imagino que seja só até recorrendo a fármacos (felizmente de venda livre) que conseguirá debelar esses impulsos gastro-intestinas e seguir o rumo da causa do pluralismo (não-absoluto), da liberdade (não-absoluta) de expressão e do liberalismo de tipo B.

Afinal, desde o início da participação do Tiago Mendes no referido blog, pudemos assistir ao mais graves sacrifícios em prol das boas causas, mesmo que esses sacrifícios fossem o ter de criticar violentamente colegas da casa, ou até mesmo o responsável pelo convite para nela escrever. Ou simplesmente ter umas crises e mandar as forças de bloqueio procriar.

O problema é que o abuso dos medicamentos de venda livre, mesmo tendo em conta o seu acesso livre, não está isento de efeitos secundários, que vão surgindo aqui e ali a perturbar o discernimento e o normal funcionamento das faculdades humanas. Vai daí, um diálogo e troca de impressões que recorria ao tal de "pluralismo" (mesmo que não-absoluto), descambou subitamente num perder de cabeça. As críticas racionais de argumentos foram substituídas por falácias básicas de ataque ad hominem e de vitimização pessoal. Em linhas de argumentação tão elevadas como as que se podem reconhecer no artigo ligado, do género "segura-te, garboso arauto do liberalismo tipo B, messias da boa palavra e dos limites óbvios e de bom senso, dos não-absolutos e do bom sentido", "segura-te que o ultra-neo-extrema-direitérrimo-fascistóide ultramontano é poderoso e tem um pacto com o demónio do Liberalismo-Absoluto, que ainda convoca as forças do Sauron sobre ti"; "mas eu sei que sendo tu corajoso e magnânime como te conhecemos tu vais querer avançar em frente".

Espremidinho tudo o que se pode ler, é mais ou menos isto que se pode ver. Além do assumir que "é preciso condições e mínimos de convivência", mas que aparentemente se pode conviver bem com a sua violação. Não percebi bem como é que a coisa ficou. Se os limites foram violados, ou afinal continua tudo um happy bunch.

Quanto ao visado em concreto, o AAA, não tenho muito a dizer. Foi alguém que sempre me lembro de ver do outro lado da barricada em causas muito concretas, mas que aprendi a compreender como alguém com quem se pode partilhar um projecto liberal, mesmo assente nessas diferenças. Alguém que, para além de sempre ter visto comportar-se com a lisura e educação que o próprio Tiago Mendes lhe reconhece, não me lembro de ver furtar-se a discutir abertamente todas as questões mesmo que em relação a elas tivesse as opiniões mais antagónicas, e que no processo acumulou o estilo ponderado e educado com honestidade intelectual, pluralismo e liberdade de expressão. Não me lembro de ver ninguém queixar-se de ver um comentário ou critica que fosse apagado ou convenientemente ignorado, mesmo que este fosse acutilante a por em causa a sua linha de argumentação e os seus erros ou fragilidades argumentativas. Já o mesmo não se pode dizer de outros, concretamente até no caso dos comentários do artigo que tanto o vilipendia.

Ou de ver agredir e insultar e depois esconder a mão, com ressalvas de que "era no bom sentido" ou "não era com essa intenção". Ou de que não era “insulto” ou “arremesso”, mas "mera “constatação”"

De resto, é tanta a falta de pluralismo e de gosto pela liberdade de expressão do André que até eu e o Carlos, conhecidos ultra-neo-extrema-direitérrimo-fascistóides ultramontanos que até nem nunca tinham acumulado divergências nas caixas de comentários d'O Insurgente e mesmo em artigos nesta casa, acabámos por ser convidados a nele escrever e lá a termos a liberdade de continuarmos a dizer de nossa justiça, mesmo com a noção da grande discordância intelectual dos restantes membros do blog em relação a alguns temas. Tudo num clima mais do que salutar de convivência, de respeito de e tolerância, mas sempre dispostos a dizer o que achávamos que tinha que ser dito.

É assim. A liberdade de expressão e o pluralismo, mesmo debaixo de um "guarda-chuva" liberal fazem-se com este género de actos, e não com conversa que, when the going gets tough, se vê onde vai parar.

2007/10/15

Televisão pública

Não compreendo este alarido à volta das declarações de José Rodrigues dos Santos.

A RTP é detida a 100% pelo estado. O governo de cada momento tem autoridade sobre a administração da RTP. O que parece novidade, mas não acredito que seja, é que os governos usam desta autoridade.

Querem que o governo deixe de usar da sua autoridade sobre a RTP?

Se quiserem, é fácil. Tirem a autoridade ao governo. Por completo, já agora. Privatizem a RTP. Mas não querem, pois não? Por isso é que não compreendo este alarido à volta das declarações de José Rodrigues dos Santos.