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2007/05/16

Farsas

A Comissão de Ambiente e Defesa da Ribeira dos Milagres alertou hoje a GNR para mais uma descarga poluente, de efluentes suinícolas, naquele curso de água durante a noite de ontem para hoje.

Público Última Hora.
Gostava de saber até quando é que a polícia vai fingir que não sabe quem é o autor das descargas e a não promover as diligências para angariar prova do facto, o Ministério Público vai continuar a fechar os olhos e a achar que no pasa nada, abdicando-se de cumprir as suas funções, e o governo e a Assembleia da República vão continuar a agir como se houvesse política penal ambiental de penalização dos danos no domínio público neste país.

2007/04/12

Pires de Lima faz escola na Califórnia, ou Schwarzenegger rendido ao CDS

The environmental movement must become "hip and sexy" if it is to succeed, California's Governor Arnold Schwarzenegger has said.

BBC News.

2007/04/04

Fidel hostiliza base política de apoio estrangeira II

Fiquei algo surpreendido (mas não muito) com a reacção ao meu anterior artigo desta série. Surpreendido porque achava que o facto de, desde a massificação da utilização e da proliferação do gás natural, não me lembrar de uma golpe com tanto potencial no cartel do petróleo como a introdução dos biocombustíveis, poderia ser acompanhado por muito do "ecologismo" reinante, e naturalmente pelos comentários neste blog. Afinal, o adversário é de força, e é um dos que costumam unir as hostes quando se trata de abanar a bandeira do ambiente.

Mais ainda: de uma vez só, poder-se-ia apertar simultaneamente com o cartel do petróleo e com a política de intervencionismo e proteccionismo reinante em relação à produção agrícola, pondo os dois a competir entre si num novo mercado com proporções brutais.

Mas não. Parece que ainda há outras prioridades, mesmo aos olhos dos eco-bem-intencionados.

Parece que, com a concorrência acrescida, a produção agrícola que se ia arrastando há anos essencialmente como um sumidouro de subsídios e na agonia de uma política de estruturação essencialmente centralizada, descobriu um novo fôlego com perspectivas até de a tirar de uma vez do bolso do contribuinte. Mas há um problema. Parece que faz aumentar o preço de alguns géneros alimentícios.

Coisa grave, dirão logo alguns. Afinal, antes do combustível vêm a necessidade alimentar. O problema é que a realidade os parece desmentir, não fosse verificar-se o aumento da procura deste género de bens com destino a serem processados como combustível, e não pelo engrossar da procura dos esfomeados. Logo se erguem os adeptos do intervencionismo, já com a visão clara e catastrófica do futuro que há-de vir, se os iluminados não forem chamados a intervir: que não pode ser, que é imoral alguns "morrerem à fome" para que sejam salvaguardadas as necessidades de combustível de outros. E fica a curiosidade sobre a solução alternativa proposta. Provavelmente, o intervencionismo do passado seria resolvido por... mais intervencionismo. Afinal, aos decisores corresponderá naturalmente a obrigação de serem mais inteligentes que todos os agentes do mercado. Criar-se-ão quotas de produção alimentar e de produção para outros fins? Irão (no pun intended) subsidiar o petróleo? Vão garantir novos preços mínimos subsidiados para se aumentar a produção? Afinal, a imaginação do intervencionismo socialista não tem limites (para além dos da bolsa de contribuintes e consumidores).

E a alternativa que proponho, dir-me-ão? Bem, a alternativa, quanto a mim, é separar problemas que não têm nada a ver um com o outro. Deixar o mercado funcionar, estabelecendo os equilibrios que tiver que estabelecer entre oferta e procura dos diversos produtos. No seguimento dos transitórios que hão-de (eventualmente) vir, e se a (nova) riqueza resultante na maisvalia do recurso milho (que entrará no país se este optar por exportar esse produto) não resolver por si só o problema, e houver pessoas em situação de limite que sejam empurradas para situações de fome, resolve-se o problema da fome, de acordo com uma perspectiva de safety-net, como aos outros que caiam nessa situação pelo motivo que for. Sem ter nada a ver com petróleo nem com milho.

2007/03/29

Fidel hostiliza base política de apoio estrangeira

Cuban President Fidel Castro has strongly criticised the use of biofuels by the US, in his first article since undergoing surgery last year.

He said George W Bush's support for the use of food crops in fuel production would cause 3bn deaths from hunger.

BBC News.
Tanta malta do djambé, da t-shirt do Che e tantos ecologistas de intervenção contra o lobby do pitróil, assim subitamente deixados ao abandono por um dos seus principais faróis políticos.

É feio. Não é bonito.

Mas, é óbvio, às vezes é preciso um bocado de publicidade paga para sustentar as camisolas vermelhas dos auto-intitulados filhos dilectos, agarrados ao combustível sujo do capitalismo...

2007/03/28

Idiotas úteis

A central de energia solar fotovoltaica de Serpa, hoje inaugurada, vai receber um incentivo de 3,7 milhões de euros do PRIME – Programa de Incentivos à Modernização da Economia.

[...]

Além do o incentivo do PRIME, a aposta na energia solar valeu aos promotores do empreendimento um incentivo por via da tarifa paga pela Energias de Portugal (EDP), que será de 32 cêntimos de euro por MW/hora. Este valor é cerca de quatro vezes mais o que é pago pelos distribuidores pela energia eólica, segundo Sérgio Costa, administrador da Catavento, parceiro português do projecto.

[...]

Sobre o projecto, Pinho comentou que "é uma aposta com visão e ambição e é o resultado da capacidade dos nossos empresários".

Jornal de Negócios, por sugestão de Filipe Melo Sousa.
A notícia fala praticamente por si mesmo. Em nome do tema da moda, o estado prepara-se para dar o patrocínio (para além do "incentivo"), prometendo (num prazo que julgo é de 25 anos) pagar 4 vezes o preço actualmente em vigor por toda a energia que a nova central produzir nesse prazo.

Ou seja, mais uma vez com o alto patrocínio involuntário do contribuinte, vai-se estar a sustentar a viabilidade de um projecto por um quarto de século, pagando preços inflaccionados por energia vinda de uma tecnologia que provavelmente estará obsoleta em 5 anos.

Aliás, para isso, temos o exemplo dos parques eólicos. Existem neste momento em Portugal parques eólicos que foram financiados por períodos semelhantes, também obedecendo a princípios de obrigação de compra da energia a preços pré-definidos. Hoje, são relíquias obsoletas em nome dessas megalomanias e discursos simpáticos do passado, de projectos concebidos para um cliente estado amigo que gosta de aparecer nas notícias a qualquer preço, com prazos de 15, 20 ou 25 anos quando deveriam ter sido de 5 ou 6.

Ocupam alguns dos nossos bons recursos eólicos, que poderiam já hoje, à face dos progressos registados (e previsíveis face ao estado embrionário em que se encontrava a tecnologia), ser já eventualmente rentáveis comercialmente, longe de subsídios e de garantias de terceiros.

Mas, em nome do "ambiente", parece que muitos estão despostos a tudo. Nem que seja a deitar dinheiro e recursos para o lixo.