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2008/04/23

À distância

Esta eu pagava para ver.

PSD: Alberto João Jardim é eventual candidato

O nome de Alberto João Jardim, presidente do Governo Regional da Madeira e líder do PSD regional é um dos que surge como possibilidade na liderança do PSD nacional, diz a «Rádio Renascença».

Está debaixo de olho um movimento da ala menezista do partido, agora que é quase seguro que Luís Filipe Menezes não se recandidata e que, apensar de muito sondado, Pedro Santana Lopes nada diz.

Militantes das distritais do Porto, Braga, Viana do Castelo, Lisboa e ilhas têm pressionado os seus dirigentes para que forcem Jardim a protagonizar a alternativa «basista» que deu a vitória a Menezes nas últimas directas.

Insatisfeitos com Manuela Ferreira Leite, por se identificar com o passado, desconfiados das verdadeiras intenções de Patinha Antão e Neto da Silva e da inexperiência de Passos Coelho, voltam-se para o presidente do Governo Regional da Madeira que, há dias, até se mostrou disponível para avançar «se tivesse tropas».

2007/11/21

Estado angolano, companhia limitada

Não me surpreende o respeito institucional crescente pela propriedade privada que o Ricardo aparentemente descobriu em Angola. Afinal, quando o estado e o enxame de parasitas que por um ou outro motivo o rodeiam detém, de facto, a propriedade sobre a generalidade dos recursos naturais que interessam (que não são um apartamento em Luanda), é natural que esse "respeito" se afirme.

O que acaba por existir é o transformar do sistema de segurança, militar, de justiça e legal do estado no exército privado do estado para a manutenção e defesa da sua propriedade e dos seus amigos. Não é portanto de estranhar que o Ricardo "descubra" que os generais e maiorais se converteram em empresários e que o próprio José Eduardo dos Santos (e prestimosa filha) são os principais "empresários" do país. Isto enquanto o suposto "mercado livre" se vai alimentando das "gasosas" e do tráfico de influências da esfera de nepotismo alimentada à custa de petróleo, diamantes e outros recursos apetecíveis entretanto convertidos em "propriedade privada".

O que se passa em Angola não será muito diferente, afinal, do que se passa na Rússia. Onde se assiste a um estado que subsiste como uma oligarquia que defende os seus interesses (e dos "seus") espalhados pelo país, e a um resto de país que sobrevive numa espécie de anarquia e estado de natureza de facto, sem rei nem roque. A diferença é que que Angola não é um país-continente, nunca foi uma potência mundial nem têm os recursos militares que a Rússia (ainda) tem.

O que o Ricardo tem que pensar é que o acumular do poder coercivo de um estado com a detenção de propriedade privada por este e por quem dita as suas regras em roda livre e sem qualquer mecanismo de checks&balances é uma receita para o desastre. Enquanto persistir a propriedade de praticamente toda a economia por quem dita, afinal, as regras do jogo, e se assistir ao continuar do funcionamento irregular das instituições que qualificam a ditadura totalitária que Angola subsiste como sendo, não vejo grande esperança de evolução.

É que enquanto, por exemplo, a China é arrastada para longe dos níveis de totalitarismo de passado pelo facto da natureza do seu desenvolvimento ser povoada por uma produção e um uso da propriedade e dos recursos relativamente dispersa nos seus agentes e com um nível crescente de entropia e de descentralismo, o que culmina numa relativa "democratização" e "liberalização" do acesso ao mercado, a economia de Angola subsiste à custa de meia dúzia de vectores (com natural destaque para o petróleo), que subsistem em exploração perfeitamente centralizada, nas mãos de alguns de boas relações.

Por enquanto a oligarquia reinante consegue subsistir num circuito fechado de exploração dos recursos angolanos e de compra de bens, riquezas e participações estrangeiras, e pode manter-se distante e independente da realidade da generalidade do país. Tudo continuará bem para os parasitas que o fazem, que poderão continuar o saque, até dando-se ao luxo de promover manobras de fachada que pouco alcance têm nos seus interesses (ou servem mesmo, como já referi, para legitimar a sua guarda e defesa).

Enquanto a pandilha vigente puder subsistir à custa dos (imensos) recursos e não se sinta ameaçada por quem lhes faça mossa, não vejo que muito de bom possa ouvir-se dessa paragem, a menos que possíveis loas tecidas por empresários nacionais (não, não é para ti, Ricardo ;-) ) que se vão também juntando à festa e ajudando ao statu quo.

2007/09/04

EasyJet lança nova rota Lisboa-Madrid

A easyJet vai reforçar a sua aposta no mercado português com a nova rota Lisboa-Madrid que começa a operar no próximo dia 1 de Novembro. A partir de 18,99 euros a ida e de 14,99 euros a volta com taxas incluídas, Lisboa-Madrid é a 10ª rota desta «low cost» desde do Aeroporto da Portela (...)
n'A Agência Financeira

Quanto é que irá custar o bilhete do TGV Lisboa-Madrid?

2007/08/01

O segredo de polichinelo, que só escapou aos olhos argutos e isentos do "nosso" ministério público

A Clínica Central de Oiã, que chegou a ser conhecida além fronteiras pela prática de aborto, é hoje, segundo os seus responsáveis, «a única devidamente licenciada» para a interrupção voluntária da gravidez, apesar de cada vez mais virada para outros cuidados de saúde.

Há vinte anos, a ida de uma mulher à Clínica era rodeada de secretismo. Feita a viagem à alvorada, o carro parava à porta do edifício, a deixar cliente e acompanhante, e aguardava depois discretamente em alguma viela próxima pela hora de regresso.

Foi, durante anos, um segredo mal guardado de que se falava «à boca pequena» na vila e não só.

[...]

«Não esperava é que houvesse tanta gente disponível, mas ainda bem. Durante 20 anos carregámos com o anátema de aborteiros e afinal, como se vê, não éramos só nós», comenta [Amílcar Pereira, director da Clínica].

Sol.

2007/06/15

O socratismo do "respeitinho" começa a ser perigoso...

Acabo de ser convocado para prestar declarações como arguido no âmbito de inquérito judicial relativo ao assunto do percurso académico (e utilização do título de engenheiro) de José Sócrates Carvalho Pinto de Sousa (...)

António Balbino Caldeira, no Do Portugal Profundo.
Aparentemente, o exmo. sr. procurador geral da república mudou de ideias relativamente aos blogs, e já está mais interessado no que por lá se passa.

Isso, ou então já arranjou quem lhe traga o serviço feito...

2007/05/31

A OTA, a UE e a CRP

É nestes momentos em que se discute a OTA que me lembro da aparente importância e das fraquezas das regras do pacto de estabilidade. Mais do que do pacto de estabilidade, lembro-me da nossa amada CRP.

Um projecto com o peso do aeroporto internacional da OTA pode ser decidido por um governo. Estamos a falar de um projecto com um impacto enorme nas gerações futuras, em inúmeras vertentes, incluindo a fiscal. E pode ser decidido e contratado por um governo resultante de uma maioria relativa. Não há limites financeiros para a contratação de serviços com fluxos financeiros postecipados. Ficamos com o Presidente da República como garante de que o governo da república não ultrapassa os limites dos deveres e obrigações conferidas pelos votos que chegaram para o apoio parlamentar que os levou ao poder. Ficamos com o Presidente da República como garante dos direitos e liberdades das futuras gerações.

O Presidente da República Portuguesa tem uma muleta. O indicador de dívida pública em relação ao PIB. Se um governo tenta endividar as gerações futuras para obter benefícios no imediato, isso implicaria uma sanção séria da União Europeia. De facto as decisões de endividamento podem ser penalizadas no presente, não por causa da nossa CRP, mas sim por causa de uma condicionamento da nossa participação na moeda única.

Isto seria verdade senão fosse a prática contabilística subjectiva. Temos o exemplo das SCUT, umas mini OTA. O governo da altura tomou a decisão de investir com dinheiros públicos financiando-se com receitas futuras. Estes compromissos futuros, da forma como foram tratados e contratados, não são contabilizados para a dívida pública. A União Europeia não só não os penalizou como ainda bateu palmas, leia-se, subsidiou.

As SCUT foram apoiadas também pelo presidente da república na altura em funções. É caso para perguntar. Quem nos defende, e aos nossos filhos.

Quem nos deveria ter defendido foi quem escreveu e reviu a CRP. A CR limita o poder do estado e dos agentes do estado. No caso da CRP limita muito, muito pouco. A CRP foi desenhada para garantir uma cada vez maior intrusão do estado nas liberdades individuais e não o contrário. Infelizmente temos as OTA para nos lembrarem disso.

2007/04/22

Coisas para que dá jeito ter leis que proíbam o "incentivo" e o "instigar"

Thousands of Venezuelans have taken to the streets of Caracas in protest at the president's decision to close the country's oldest private TV network.

Mr Chavez's supporters say Radio Caracas Television (RCTV) backed a 2002 coup which briefly ousted him.

(...)

The government claims that the channel is breaching the constitution by rallying support for the opposition.

Near the demonstration, hundreds of Mr Chavez's supporters wearing red caps and T-shirts staged a rival rally to express their support for the closure of RCTV, which has been broadcasting for 33 years.

"They're false. They're coup-plotters. This should have happened years ago," said 55-year-old Sendy Salas.

BBC News.

2007/04/16

Inúteis

Para além todas as dúvidas vindas a lume até ao momento relativas ao dossier Sócrates & UNI, há uma constatação ainda mais preocupante que vem subindo de tom, cada vez mais lembrando os tempos do santanismo: é que parece que estes tipos nem uma fraude de jeito sabem fazer.

2007/04/10

Eu também quero

Ouvindo ontem o nosso ministro do ensino superior (por quem nutria alguma consideração) fazer a defesa emotiva e embevecida da carreira do nosso primeiro na escolinha, quase que tive vontade de prescindir da minha licenciatura em engenharia da Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto, para assim poder trilhar o caminho do nosso primeiro. E quem sabe algum dia obter uma socrática licenciatura na Universidade Independente.

Afinal, deve ser este o tal ensino de excelência. O ensino de sua excelência o primeiro-ministro.

2007/04/05

E a novela segue, taco a taco

A justificação dada ontem ao PÚBLICO pelo Ministério do Ensino Superior para explicar por que razão, em 1996, não surge no relatório do Observatório para a Ciência e Ensino Superior (OCES) qualquer licenciado no curso de Engenharia Civil da UnI, que José Sócrates afirma ter concluído nesse ano, é contrariada pelos próprios dados desse estudo.

O Ministério do Ensino Superior alegara que tal se devia ao facto de o relatório Diplomados (1993-2002) não contabilizar os alunos licenciados que haviam sido transferidos de outros estabelecimentos de ensino: ou seja, de acordo com esta explicação, apenas seriam indicados os alunos que haviam iniciado e concluído os seus cursos no mesmo estabelecimento de ensino.

Olhando para os dados do levantamento estatístico percebe-se no entanto que, ao contrário do que refere o ministério, foram somados também casos de alunos que ingressaram na Universidade Independente (UnI) por transferência.

Público Última Hora.
E o siléncio de José Sócrates vai-se tornando insurdecedor.

Afinal, às vezes a imprensa que nos leva ao colo, também se pode voltar para nos morder na mão.

Os danos, que poderiam ter sido provavelmente minimizados por uma intervenção rápida, ao estilo que conhecemos, do nosso primeiro, logo no início da divulgação pública do facto (mesmo ignorando a blogosfera, mas usando o tempo até ao facto passar para os jornais para preparar a sua defesa), crescem a olhos vistos.

A perspectiva de que o Público e o Expresso abandonariam o caso, face à acusação pública de "jornalismo de sarjeta" foi, quando muito, ingénua. E vai-se pagando a factura.

A ver vamos aonde toda a questão irá parar. Mas os danos à honorabilidade e à credibilidade pessoal já estão, quanto a mim, feitos. Só resta avaliar a extensão total que vão assumir.

2007/04/03

Bloco central

Uma trapalhada. A primeira auditoria realizada pelo Tribunal de Contas (TC) aos gabinetes ministeriais e dos primeiros-ministros dos últimos três governos revela falta de transparência nos processos de admissão, total discricionaridade na tabela salarial e mesmo situações ilegais.

Público Última Hora.

2007/03/28

República dos ignorantes

A intervenção pública dos engenheiros na questão da localização novo aeroporto de Lisboa suscita a questão de saber se entrámos na era do governo dos engenheiros. Na verdade, a questão da localização e dos custos e benefícios do aeroporto não é uma questão técnica (salvo se a localização estabelecida fosse tecnicamente inviável), mas política. E aí a competência dos engenheiros é a mesma que a de qualquer outro cidadão, sendo inadmissível a ingerência do bastonário da Ordem dos Engenheiros, nessa qualidade, na contestação da localização escolhida e na promoção de soluções alternativas.

Vital Moreira, na Causa Nossa (com negritos meus).
Das duas uma: ou subitamente os conhecimentos de investigação operacional, de decisão multi-critério ou mesmo os métodos de apoio à decisão saltaram dos curricula de engenharia (e de alguns de economia) para o domínio de "qualquer outro cidadão", desde a peixeira do Bolhão até ao guna da Areosa, ou então Vital Moreira está equivocado.

E equivocado porque confunde dois domínios de um problema. Um é o domínio técnico, da determinação e avaliação de locais potenciais de localização de acordo com critérios objectivos pré-definidos, de construção e avaliação de cenários económicos e de exploração, do risco a eles associado, tudo com vista a no final construir uma matriz de decisão que sintetise as opções encontradas e elimine as soluções dominadas do problema. Outro é o domínio do decisor que, partindo dessa matriz, assume o padrão de risco que está disposto a tomar e eventualmente assume critérios de ordem subjectiva em relação às múltiplas decisões a tomar.

Ou seja, a "questão da localização e dos custos e benefícios do aeroporto" é sem dúvida uma questão técnica, apesar de a decisão ser naturalmente de ordem política. Como é político decidir contrariando todo o estudo técnico ou pura e simplesmente ignorando todos os problemas técnicos da empreitada.

Mais ou menos o que está a acontecer.

A dúvida é se este é o comportamento de um decisor responsável. Mas claro que este o não é. Afinal, o dinheiro não é seu, e o risco pessoal é nulo.

A tragicomédia da nossa Justiça

O caso Esmeralda soma e segue, prometendo muito em termos da publicitação do ridículo em que se vai transformando a nossa Justiça e o nosso decadente Estado de Direito.

Recentemente, aparentemente ninguém suspeitou que, notificado que estava o "pai dos afectos" (adoptando a jurisprudência etimológica da nossa sensível imprensa) a apresentar a criança para avaliação psicológica em data, hora e local marcado, e encontrando-se este detido, a criança não desceria do céu nem sairia do bolso do militar.

Assim, a nossa prestimosa polícia e Ministério Público patrocinaram a rábula do aparecimento da "mãe dos afectos", sobre a qual pendiam vários mandados de captura (entre os quais por sequestro) que, acompanhada da criança e do marido transportado até ao local com escolta policial em carro celular, procedeu com toda a calma à referida avaliação, tendo de seguida desaparecido novamente para parte incerta, acompanhada novamente da criança. Tudo com direito até a cobertura por jornalistas.

Ou seja, aparentemente ninguém sabia que a senhora e a criança estavam desaparecidos e em fuga à justiça. Nem os polícias que acompanhavam o militar, nem os profissionais e auxiliares que procederam à avaliação, nem os elementos da polícia que se encontravam a mera centena de metros do local. Ninguém. É gente que concerteza não vê televisão e jornais.

Mas a comédia (muito, muito trágica) não se ficou por aí.

Como se sabe, o "pai dos afectos" encontra-se em prisão preventiva, como medida de coacção sustentada pelo perigo de fuga e pelo risco de continuação do crime de sequestro, aguardando o desfecho do recurso da decisão que o condenou em primeira instância a 6 anos de cadeia. Curiosamente, a "mãe dos afectos", sobre a qual estavam pendentes mandados pelos mesmo delitos, apresentou-se ontem ao tribunal (sem a criança), tendo-lhe sido decretada a medida de coacção de termo de identidade e residência (a medida de coacção menos gravosa). Ou seja, o perigo de fuga e de continuação da actividade criminosa que parece existir para um dos alegados criminosos, não existe para o seu cúmplice. Tudo isto estando ainda a criança em paradeiro incerto.

Um palpite aos senhores investigadores da Polícia Judiciária e aos procuradores do MP: estando a senhora sujeita a termo de identidade e residência, se calhar não seria má ideia ou, sei lá, inteligente, vigiar essa mesma residência ou mesmo proceder à busca da criança e de prova nesse local. Se calhar até, pasme-se, se encontraria lá a criança!

De tudo isto só se podem tirar conclusões desagradáveis em relação ao funcionamento da nossa justiça: a primeira é que todos os formalismos expressos na lei, e concretamente no código de processo penal, podem passar a ser letra morta por vontade dos vários agentes judiciais, mesmo sem grandes conluios; a segunda é que parece haver uma tendência generalizada do MP, desde a mudança do seu titular, em embarcar no show-off das suas funções, e pautar o seu comportamento por um olhar atento à opinião pública (afinal, se os espanhóis tiveram os seus momentos Baltazar Garzón, e não se estranha até o seu convite para vir discutir a luta à corrupção com o nosso estado, nós caminhamos para a era Maria José Morgado); a terceira é que, aparentemente, os próprios juízes vão enveredando pela caminho da cedência à pressão da opinião pública.

Já não bastou a farsa do comportamento dos juízes nos vários julgamentos de crime da aborto. O caso parece já não ser isolado. Desde resoluções do Tribunal Constitucional com timings surpreendentemente oportunos até à aceitação da condução de todo o processo de regulação do poder paternal pelo MP e fora da alçada do tribunal.

E assim vamos, cantando e rindo.