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A Clínica Central de Oiã, que chegou a ser conhecida além fronteiras pela prática de aborto, é hoje, segundo os seus responsáveis, «a única devidamente licenciada» para a interrupção voluntária da gravidez, apesar de cada vez mais virada para outros cuidados de saúde.
Há vinte anos, a ida de uma mulher à Clínica era rodeada de secretismo. Feita a viagem à alvorada, o carro parava à porta do edifício, a deixar cliente e acompanhante, e aguardava depois discretamente em alguma viela próxima pela hora de regresso.
Foi, durante anos, um segredo mal guardado de que se falava «à boca pequena» na vila e não só.
[...]
«Não esperava é que houvesse tanta gente disponível, mas ainda bem. Durante 20 anos carregámos com o anátema de aborteiros e afinal, como se vê, não éramos só nós», comenta [Amílcar Pereira, director da Clínica].
Sol.
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