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2007/12/21

Mais uma vez, o folclore vence a "causa"

Uma companhia especializada em voos low cost resolveu, num gesto inédito em Portugal, promover-se através da associação à causa do casamento das pessoas do mesmo sexo. Para tal, convidaram o casal Teresa Pires e Helena Paixão, cuja pretensão de casamento civil está em apreciação no Tribunal Constitucional, para "celebrarem a bordo um compromisso homossexual". O voo em causa, que parte hoje [dia 19 de Dezembro] do aeroporto da Portela, tem como destino a capital da Espanha, país que em 2005 legalizou a união civil de pessoas do mesmo sexo, pelo que o anúncio do evento, feito por uma agência de comunicação, leva a crer que o "compromisso" em causa é um casamento. Na verdade, trata-se, como as próprias Teresa e Helena certificaram ao DN, de "uma celebração da união de facto".

Fernanda Câncio, no DN
Luís Grave Rodrigues [o advogado que as representa], afirmou ter aconselhado as suas constituintes, Helena Paixão e Teresa Pires, a não participar nesta iniciativa por considerar preferível "contenção, serenidade e menos exposição mediática" enquanto esperam a decisão do Tribunal Constitucional.

O advogado não condena a decisão das duas mulheres, mas sim da companhia aérea e da agência de comunicação responsável pela iniciativa.

"O que me choca é o aproveitamento muito pouco ético de entidades empresariais que exploram a dignidade, a ingenuidade, os sentimentos, os estados de alma, as orientações e opções para obter lucro financeiro", afirmou, acusando ainda a agência de comunicação, a Tinkle, e a Easy Jet de mentirem grosseiramente ao passarem a mensagem de que foram as duas mulheres que procuraram esta iniciativa."

Público Última Hora.
Após terem pautado a defesa da sua causa por uma notável (e invulgar, para o que se está habituado) sobriedade e descrição, Teresa Pires e Helena Paixão deixaram-se ofuscar pelas luzes da ribalta (e possivelmente por uns ou outros euros, já que não se acredita que os 30 dinheiros tenham sido uma viagem de ida e volta de avião a Espanha e dois dias de alojamento) e optaram por participar na fantochada que lhes foi proposta, uma clara e óbvia (e fácil de perceber como tal) manobra de marketing.

Em vésperas de uma decisão fulcral e determinante do Tribunal Constitucional, optaram portanto em transformar a sua causa anterior, que era a de defender a total normalidade e legalidade de uma relação e do facto de se pretender consumar como casamento à luz do estado essa mesma realidade, numa afirmação pública do casamento civil homossexual como digno de todas as vestes e destaque de um freak-show capaz de sustentar uma campanha publicitária. Mudou-se de uma serenidade e tranquilidade com que era acalentada a causa, afinal o que deve ser o comportamento normal perante a Lei e as instituições, para as farsas e pantominas costumeiras.

Acho que as intervenientes deveriam agora, à posteriori, meditar no que fizeram, e como poderão ter potencialmente deitado a perder todo o capital de respeitabilidade e consideração que haviam granjeado (e potencialmente a causa), e a troco de que o fizeram.

Afinal, não se pode um dia estar a pregar pela normalidade dos comportamentos, e no dia seguinte fazer festivais aéreos de proclamação da "diferença".

Mas também curiosa é a posição do causídico que as representa: afinal, a culpa foi da companhia EasyJet que aliciou as incautas e desaconselhadas (ao que parece, até negando os seus préstimos), e aproveitou e usou de pouca ética, e não das pobres e manipuladas defensoras ingénuas e sentimentais da causa.

Ficamos à espera da marca e do modelo da arma que lhes foi encostada à cabeça, e que as forçou a aceitar a proposta que lhes foi feita, que elas nunca - jamé - estariam em condições ou teriam tido a possibilidade de, sei lá, rejeitar.

2007/10/19

É isto a Liberdade (2)



Liberdade sim, mas com juizinho, parcimónia, e na devida conta:

Free Speech Zone

Free speech zones (also known as First Amendment Zones, Free speech cages, and Protest zones) are areas set aside in public places for political activists to exercise their right of free speech in the United States. The First Amendment to the United States Constitution states that "Congress shall make no law... abridging... the right of the people peaceably to assemble, and to petition the Government for a redress of grievances." The existence of free speech zones is based on U.S. court decisions stipulating that the government may regulate the time, place, and manner—but not content—of expression.

[...]

The most prominent examples are those created by the United States Secret Service for President George W. Bush and other members of his administration. While free speech zones existed in limited forms prior to the Presidency of George W. Bush, it has been during Bush's presidency that their scope has been greatly expanded.

2007/09/19

Simplex

Não é todos os dias que um liberal dá, de sua livre vontade, algo de borla ao estado, mas hoje não consegui evitar oferecer uma dica aos obreiros do Simplex: para quando a instalação de terminais de computador, extensões das conservatórias do registo civil, junto às portagens das nossas auto-estradas, e instituir a Certidão de Nascimento na Hora?

Quem sabe até como ponto de colheita de ADN para alimentar a futura base de dados do dr. Costa (o outro)?

Afinal, deve ser isso que o nosso ministro da saúde queria dizer quando disse que "só fechava se fosse para melhor", não é?

2007/06/10

Super na Venezuela


Após ler a entrevista de Mário Soares na revista Única do Expresso, com especial atenção aos parágrafos sobre as amizades Bolivarianas do Super, fica-me uma certeza e uma dúvida.

Com a certeza de que nos safámos de boa nas últimas eleições. A estas horas tínhamos o primeiro ministro a controlar o presidente da república e não o contrário.

Com dúvida de quando é que os apoiantes do Super ficam com a mesma certeza que eu.

2007/06/01

Diz que é o tal de " progressismo "

Propõe Hugo Garcia, vice-presidente responsável pelo programa político do M"L"S, como moção sobre o desporto escolar (?) a ser votada em futura Assembleia Geral (excertos, com negritos meus):

O Movimento Liberal Social propõe que:

- Todas as modalidades deverão ter um carácter competitivo pela sua essência ou por demonstrações. Ficam assim excluídas as modalidades conhecidas como as de ginásio (Yoga, Pilates, Musculação ou aulas de estúdio).
- As modalidades deverão também ter uma forte componente de preparação física. Ficam assim excluídos o golf e o malabarismo.
- Ficam também excluídos desportos motorizados;
- Os alunos poderão ser excluídos das equipas por mau aproveitamento escolar, por comportamentos desadequados dentro e fora da escola, por se detectar o consumo de substâncias ilegais como esteróides, por faltarem aos treinos, ou por desleixo nos treinos e jogos.

O Movimento Liberal Social pretende desta forma:

- Promover a diversidade no desporto e na competição, nos praticantes, bem como nos espectadores;
- Preparar grandes atletas para competições internacionais que no sistema actual não têm hipótese, promovendo Portugal através do desporto;
- Em combinação com o sistema de financiamento cheque-ensino (como proposto pelo MLS), incentivar as escolas a encontrar ou desenvolver condições para a prática de variadas modalidades desportivas;
- Desincentivar, sem proibir, o consumo de substâncias prejudiciais como álcool, tabaco, comida com excesso de gordura, derivados de cannabis, etc.
- Desenvolver o carácter, a auto-disciplina e a força de vontade dos jovens estudantes sem recorrer ao “tiranismo”;
- Desenvolver orgulho pela escola e pelos colegas;

2007/05/30

Pois...

O Adolfo Mesquita Nunes está enganado.

O Chavez é de esquerda. Não pode ser ditador. E se for é para bem do povo. O Chavez é de esquerda. E é natural que o grande capital e as forças imperialistas o ataquem. Ainda bem que o Chavez tem poder para os parar. O Chavez é ditador para o bem do povo. É bom termos a esquerda a lembrarnos que um ditador de esquerda é um bom ditador. Viva a ditadura. Desde que seja de esquerda.

2007/05/29

O melhor foi mesmo ir dormir

Ontem ainda me afoitei a ver o Prós e Contras, que versava sobre as problemáticas do trabalho no nosso país.

A composição das mesas de discussão foi logo sintomática: de um lado, o ministro do trabalho; do outros, as confederações sindicais. O resto seriam, concerteza, pormenores.

O resto, de tão previsível, foi confrangedor. Desde os dirigentes sindicais a abanarem os espectros e demónios do costume, à demonização da flexigurança (vá-se lá até pensar em algo mais), do neo-liberalismo que entra pela janela, aos empresários que são todos uns bandidos-escravizadores-opressores-do-proletariado, aos patrões de mão estendida e plenos de autoproclamada "responsabilidade social", assistiu-se a mais do costume. Esta gente continua toda autísta e de olhos fechados. O barco naufraga e todos estão entretidos a fazer queixas das fugas no convés e de quem é o responsável, e a pedir ao padrinho que tape os buracos.

Houve contudo alguns momentos curiosos e, apesar de tudo, assinaláveis: um foi protagonizado por Carvalho da Silva, que afiançava respeitosamente ao ministro que a greve geral e que a actividade sindical em curso não era "contra o governo", mas sim para forçar à "mudança de políticas". Parece que em governo de esquerda, principalmente quando o partido que o sustenta tem "socialista" no nome, ainda se não mexe. Outro foi o do representante da federação dos contrutores civis, que com ar pesaroso lamentava a falta de obras públicas, e que assim a coisa ficava difícil. Nada como uma boa OTA (cheia de estacas e aterros) ou uma ou outra obra de regime ou rotunda para reabilitar a coisa.

É este o mercado de emprego que temos. It'll end in tears...

Fui para a cama sem acabar o programa. Foi bem melhor.