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2007/10/03

“Abu Ghraib” dos pequeninos

Ó meus amigozzz zzz zzz, um sexo de qualidade caracteriza-se, entre outras coisas, pela ausência de barreiras hierárquicas entre os seus participantes, por um respeito mútuo universal e por um sentimento de pertença ao casal. O sadomasoquismo é a negação de tudo isto: um exercício de poder marcado pelo desrespeito pelo outro, pela possibilidade de o violentar de modo arbitrário e onde tudo se resume a uma questão de hierarquias. Comparado com a violência doméstica, o sadomasoquismo tem as agravantes de ser uma prática institucionalizada e levada a cabo por e sobre adultos.

Há quem defenda que as práticas sadomasoquistas são uma boa forma de relacionamento entre casais e que as pessoas o consentem e se divertem com elas. Há ainda quem defenda que elas são um “investimento rentável” porque o masoquista sofre uma dor no princípio da relação, mas tem depois vários minutos de prazer, se resolver exercer o seu direito ao sadismo.

Vamos por partes.

É inegável que, no contexto de stress actual, algumas actividades sadomasoquistas contribuem para o relaxamento de muitos casais, e existirão seguramente intenções boas em muitos sádicos. Mas nada disso torna o sadomasoquismo mais suportável. O direito a coagir e a humilhar o outro é simplesmente intolerável – e isso é suficiente para o excluir cabalmente. Quem defende que o sadomasoquismo é um investimento com retorno apreciável esquece-se de que o “contrato” entre as partes raramente é feito de livre vontade. A desproporção entre o número de sádicos e masoquistas revela que são poucos os que preferem fazer uso desse “direito adquirido”.

Os padres e demais dirigentes do nosso país são largamente complacentes com esta actividade. Incorrem no pecado mortal que Pacheco Pereira apontou aos “notáveis” do PSD: a “acedia” – a apatia em praticar a virtude, a indiferença face ao mal. Por que não tomam, concertadamente, uma posição que permita acabar com o ‘statu quo’ actual, de rituais de dominação e subjugação que lembram, com as devidas diferenças, o grotesco “Saló ou os 120 dias de Sodoma”? Há imensas formas não coercivas de conviver entre casais. Pactuar com essas pequenas amostras de “Abu Ghraib” é tudo o que o sexo não pode ser.

Título e 95% do texto roubado daqui ao Tiago Mendes

2007/08/01

O segredo de polichinelo, que só escapou aos olhos argutos e isentos do "nosso" ministério público

A Clínica Central de Oiã, que chegou a ser conhecida além fronteiras pela prática de aborto, é hoje, segundo os seus responsáveis, «a única devidamente licenciada» para a interrupção voluntária da gravidez, apesar de cada vez mais virada para outros cuidados de saúde.

Há vinte anos, a ida de uma mulher à Clínica era rodeada de secretismo. Feita a viagem à alvorada, o carro parava à porta do edifício, a deixar cliente e acompanhante, e aguardava depois discretamente em alguma viela próxima pela hora de regresso.

Foi, durante anos, um segredo mal guardado de que se falava «à boca pequena» na vila e não só.

[...]

«Não esperava é que houvesse tanta gente disponível, mas ainda bem. Durante 20 anos carregámos com o anátema de aborteiros e afinal, como se vê, não éramos só nós», comenta [Amílcar Pereira, director da Clínica].

Sol.

2007/07/28

Prioridades

O tratamento voluntário do cancro é legal em todo o país. Os doentes Madeirenses com cancro da Madeira são tratados no continente Continente.

2007/07/17

Aborto pago

Vamos supôr que uma mulher madeirense decide abortar. Não o podendo fazer no arquipélago, o governo regional terá de lhe pagar as despesas e a estadia para vir abortar ao continente. Depois de aguardar os 3 dias de reflexão, decide não abortar. Fará sentido ela ter que devolver o dinheiro ao governo regional?

2007/07/13

E as que derem à luz, também têm direito a viagenzinha?

Aborto: Deslocações de madeirenses serão pagas pela Região

O ministro da Saúde admitiu hoje que as mulheres madeirenses possam deslocar-se ao continente para fazer abortos ao abrigo da nova lei, suspensa naquela região, mas ressalvou que terá de ser a Madeira a pagar essa despesa.