O próximo passo I
Road safety officers are calling on the government to ban smoking behind the wheel to cut the number of accidents.Outras decisões que se supõe estarem em cima da mesa são a de proibir catchy tunes na rádio (ou o seu porte em formato de cassette ou CD) e a de proibir o uso de vestidos provocantes junto às rodovias.
BBC News.
20 comentários:
Pois. O problema é que a liberdade de fumar do condutor da viatura se reflete na segurança de outrem (do peão que é atropelado, etc). Ou seja, não há aqui uma discussão entre a liberdade de X e a segurança de X, mas sim entre a liberdade de X e a segurança de Y.
Além disso, ninguém é obrigado a conduzir. Quem quiser pode sempre andar a pé, que é uma liberdade negativa. Quem quer conduzir, tem que se sujeitar a regras. Conduzir uma viatura não é uma liberdade negativa.
Luís Lavoura
Eu tirei a carta de condução na Pensilvânia. Foi lá que aprendi a conduzir, etc. O livro de código que tive que ler era extremamente simples, tinha 30 páginas ou menos, incluindo muitos desenhos. (Os americanos são um bocado infantis e atrasados mentais, precisam de aprender com a ajuda de bonecos.) Logo na primeira página estava escrito em grandes letras o seguinte:
"Conduzir não é um direito, é um privilégio."
Luís Lavoura
Eu tirei a carta de condução na Pensilvânia. Foi lá que aprendi a conduzir, etc.
Isto é o que se chama colocar a vida dos outros em risco :-)
Conduzir é a principal causa de acidentes rodoviários...
Quanto a isso dos "catchy tunes", confesso a minha ignorância que não sei o que isso é, por isso não sei se constitui um perigo para o tráfego.
Agora quanto ao "uso de vestidos provocantes junto às rodovias", aí acho muito bem que seja proibido.
Não só por causa da segurança rodoviária, mas também em prol da harmonia conjugal.
:)
Agora falando mais ou menos a sério :
"Conduzir não é um direito, é um privilégio."
Não estou bem de acordo com isto, mas estou de acordo com isto :
"Quem quer conduzir, tem que se sujeitar a regras."
Tem mais lógica proibir o fumo enquanto se conduz, do que impor o uso do cinto de segurança.
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"Quanto a isso dos "catchy tunes", confesso a minha ignorância que não sei o que isso é, por isso não sei se constitui um perigo para o tráfego."
Catchy tunes são as proverbiais "musicas orelhudas", que despertam as reacções mais involuntarias e claramente susceptíveis de prejudicar a condução, nomeadamente condicionando o bater o pé, o traulitar com os dedos no volante ou o soçobrar ao sing along. :-)
"Tem mais lógica proibir o fumo enquanto se conduz, do que impor o uso do cinto de segurança."
Isso parte do equívoco, quanto a mim, de que o estado obriga ao uso do cinto a pensar na segurança dos cidadãos. E não no contraponto dos custos acrescidos para o sistema de saúde.
"Pois. O problema é que a liberdade de fumar do condutor da viatura se reflete na segurança de outrem (do peão que é atropelado, etc). Ou seja, não há aqui uma discussão entre a liberdade de X e a segurança de X, mas sim entre a liberdade de X e a segurança de Y."
Isso é muito discutível! Umas das áreas do meu laboratório é o estudo do sono (não é a minha em particular). Diz o nosso "chefe", especialista na área (anti-tabaco, e até um pouco fundamentalista) que fumar durante a condução pode ser benéfico para a segurança do condutor e dos agentes exteriores. Em vez de vermos a ciência como motor progressista, sempre "pronta" a dar resposta às ânsias de um Homem Novo, talvez fosse altura de aproveitar as suas maiores virtudes: o cepticismo e a dúvida.
Esqueci-me de fazer a ligação entre os assuntos: Fumar diminui a probababilidade de adormecimento ao volante, para além de estimular a atenção durante a condução. É esta a tese (não a minha, é a de um anti-fumador especialista em engenharia biomédica e no estudo do sono.)
"Isso parte do equívoco, quanto a mim, de que o estado obriga ao uso do cinto a pensar na segurança dos cidadãos. E não no contraponto dos custos acrescidos para o sistema de saúde."
Caro JLP
Se fosse só a pensar nos custos bastaria impor como obrigatório o seguro de acidentes pessoais incluindo o condutor, que apesar de não ser obrigatório, quase todos tem por ser relativamente barato.
A questão do cinto é mesmo a filosofia paternalista a funcionar.
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"Fumar diminui a probababilidade de adormecimento ao volante, para além de estimular a atenção durante a condução."
Caro cmf
Obviamente, longe de mim, pôr em quase a teoria do seu "chefe", mas lembro que o acto de fumar enquanto se conduz implica diversos movimentos e acontecimentos, os quais já constactei "in situ" e "in loco", distraem bastante o condutor.
Como condutor experiente (para mal dos meus pecados) em condução em situação de extemo cansaço (sem nenhum acidente) sugiro antes, as pastilhas elásticas, a musica em altos berros, a janela aberta, o ar condicionado gelado, etc.
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»»»"Catchy tunes são as proverbiais "musicas orelhudas",...»»»
Ah é isso ?...
Eh pá se proibem isso, armo uma revolução de todo o tamanho.
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"Se fosse só a pensar nos custos bastaria impor como obrigatório o seguro de acidentes pessoais incluindo o condutor, que apesar de não ser obrigatório, quase todos tem por ser relativamente barato."
Mas assim perdiam a face, e passavam a ser uns brutos que só viam números à sua frente... ;-)
Assim, até arranjam mais uma razão para a polícia chatear, resolvem o problema financeiro por via do medo e da repressão, e ainda passam por estar muito preocupados com os condutores irresponsáveis.
É tudo uma questão de relações públicas!
"Obviamente, longe de mim, pôr em quase a teoria do seu "chefe", mas lembro que o acto de fumar enquanto se conduz implica diversos movimentos e acontecimentos, os quais já constactei "in situ" e "in loco", distraem bastante o condutor."
Embora eu, como já disse, não participe directamente nos estudos biomédicos do sono efectuados no meu laboratório e noutros que connosco colaboram, tenho a certeza que tais factores foram tidos em conta antes de se tirarem as conclusões que refiro.
“Como condutor experiente (para mal dos meus pecados) em condução em situação de extemo cansaço (sem nenhum acidente) sugiro antes, as pastilhas elásticas, a musica em altos berros, a janela aberta, o ar condicionado gelado, etc.”
Bem, quando eu fumava, nada disso se comparava a uma bela cigarrada quando o sono vinha e ameaçava a segurança da condução. (E atenção à música aos “altos berros”. Há quem ande por aí a dizer que a Cavalgada das Valquírias, aos altos berros e ao volante, é caminho certo para uma árvore!)
"...tenho a certeza que tais factores foram tidos em conta antes de se tirarem as conclusões que refiro..."
Também simulam a cinza a cair nas calças e o gesto institivo de a sacudir para não fazer buraco ?
Duvido...
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"Também simulam a cinza a cair nas calças e o gesto institivo de a sacudir para não fazer buraco ?
Duvido..."
Quem falou em simulações?
Para conhecer os efeitos da condução com álcool é necessário colocar indivíduos embriagados a conduzir em situações reais? (E de que serve evitar as distracções com as calças se adormecermos ao volante?)
O senso comum, como qualquer tipo de conhecimento, é útil na investigação científica. Mas se reduzíssemos a investigação ao senso comum estávamos mal...
Concordo de certa forma que faz sentido proibir a condução ao volante. Tive um caso na minha família. Há uns 20 anos, o meu tio, enquanto acendia um cigarro distraiu-se o suficiente para entrar em contramão na Marginal (Cascais-Lisboa, não tinha separadores). Embateu de frente no carro que vinha em sentido contrário. Sobreviveu por pouco. Era ainda mto chavalo. Mas hoje ainda continua a fumar e a guiar lol
=errata=
fumar ao volante
Agora não me citem pela blogoesfera como fizeram ao LL, por causa disto, ok?
"Agora não me citem pela blogoesfera como fizeram ao LL, por causa disto, ok?"
Must... resist...temptation...
:-D
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