2008/05/09

Arte (2)

Um artista é um intelectual, um homem das ideias, do intelecto. De facto físicos, médicos ou economistas poderão ser apenas técnicos, mas um artista é um intelectual. Para ser intelectual basta ser um artista reconhecido e para ser um artista reconhecido basta que o seja pelos decisores públicos.

Uma linha ideológica que suporta o princípio que a Arte deve ser financiada por meios colectivizados é atractiva para artistas que querem ser suportados por meios colectivizados. Pode ser atractiva também por outras razões, mas esta razão é incontornável. Quanto mais meios esta linha promete distribuir mais atractiva será a linha ideológica para estes artistas que são por definição intelectuais.

O objectivo de linhas ideológicas antagónicas à colectivização de meios para a distribuição discricionária dos mesmos por decisores públicos de atrair para seus apoiantes artistas tem uma probabilidade de sucesso limitada. Dos artistas que até poderiam ser atraídos por uma linha sustentada pela liberdade individual apenas ficam os que repudiam ser dirigidos por políticos.

O objectivo de linhas ideológicas antagónicas à colectivização de meios para a distribuição discricionária dos mesmos por decisores públicos de atrair para seus apoiantes intelectuais tem de passar pela redefinição do que é um intelectual. Enquanto a definição de Intelectual estiver indirectamente à mercê dos decisores da distribuição dos meios colectivizados o objectivo é impossível de alcançar.

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