Só não se vão embora... (2)
Alguns comentários ao post "só não se vão embora porque não podem":
" (...) Porque sinceramente "jovens talentos" que recebam salários desse montante em Portugal e não se sintam satisfeitos, gfazem cá tanta falta como "uma viola num enterro"."
" (...) Porque na realidade nua e crua, os jovens talentos com vencimentos dessa ordem que eu conheço são filhos ou "sobrinhos" do Patrão... (...) "
"(...) Obviamente que não será esta jovem que terá alguma angústia existencial em saber se emigra ou não. (...) "
Mentat
Um anónimo
" (...) 60000 brutos e vai-se embora? Deve ser mesmo genial. (...) "
qwerty
A minha primeira tentativa de resposta a estes comentários foi agressiva. Não fazia sentido. O melhor que posso dizer é que de facto pessoas com este perfil não são nem incomuns nem geniais e que com certeza não fazem falta a Portugal. A maioria dos Portugueses lembra-lhes disto quase todos os dias.
6 comentários:
De facto, pá. Um gajo com um salário de 60 mil euros e que se preocupe em dar metade ao estado é um abusador. Deveria era ficar satisfeitinho por o estado o deixar ficar com o restante. Ou isso, ou é sobrinho do patrão, porque ninguém lá chega com mérito de certeza...
É esta invejazinha mesquinha de quem tem sucesso que alimenta a demagogia dos políticos e que irá manter muitas dessas pessoas fora do país. Melhor assim, um país de comunas invejosos há-de ter o destino que merece.
Ricardo,
o Mentat sabe do que fala e, por estranho que pareça, tem toda a razão. Se o leres "bem" ele explica uma das mais violentas distorções do sistema e o afastamento total entre a legislação e a realidade. O drama é vivermos numa espécie de twilight zone da legislação e os portugueses de uma maneira geral acharem que se está escrito ("porque a lei diz que") é porque é assim. Não é, é muito pior inclusive do que o teu post. E o mentat de certeza que concorda nisto.
Carlos, em Portugal ninguém tem um "salário" de 60 mil euros/ano e entrega 50% ao estado. Se o faz, das duas três: o a empresa que o contrata é gerida por otários ou então é função pública e os 50% não fazem diferença nenhuma.
Helder,
Existem vários tipos de distorção no mercado. Uma das distorções tem a ver com a forma como se encara a legislação laboral. Em alguns sectores em Portugal, nomeadamente as grandes empresas cotadas ou que pertencem a grupos multinacionais eles próprios cotados têm muito respeito pelas leis e são apenas minimamente "fiscalmente eficiente".
Acredita que há imensas pessoas que ganham isso ou mais e que entregam mais de 50% ao estado. Mesmo com cartões de crédito e carros e afins. Felizmente que ainda há tantas.
Sei que no geral o mentat concorda com o a ideia do post e isso, a meu ver, torna mais preocupante alguns dos comentários laterais.
"...têm muito respeito pelas leis e são apenas minimamente "fiscalmente eficiente"."
Caro Ricardo
Nada nas contas que lhe apresentei constituía o mínimo desrespeito pela lei.
Por isso, como o Hélder diz, ou essas empresas são geridas por tontos ou estamos a falar de empregos na função pública.
E já agora no IRS o que interessa é a taxa prática, não a média.
E para o montante de 60000€/ano, a taxa na pior hipótese é 25%.
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“Acredita que há imensas pessoas que ganham isso …”
“…torna mais preocupante alguns dos comentários laterais…”
Caro Ricardo
Se em vez de ter começado o post, com o exemplo duma “jovem” tivesse falado de “pessoas”, como o faz agora, talvez lhe tivesse poupado os comentários laterais que tanto o indignaram.
Porque, a mim o que me indigna mesmo, é eu conhecer alguns desses “jovens” soberbamente pagos, e não ver no resultado do trabalho deles, nada que justifique os montantes que auferem.
Pelo contrário o que vejo e vi, é empresas “despacharem” em alta velocidade quadros com imensa experiência (bem mais baratos), para poderem acolher esses “génios”.
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Mentat,
Quando empresas privadas fazem asneiras na gestão de rcursos humanos a mim não me indigna. Pagarão a fctura. Não me diz respeito desde que cumpram com os seus contratos. No caso concreto poderão ser tontos mas com certeza não são nem púvlicos nem como peso do estado.
A imoralidade é a pública, a estupidez será ou não privada.
Agora já escrevi mais que uma vez este exemplo é um entre muitos. Muitos mesmo. E fora de Portugal ganhariam várias vezes isto.
Mais, sobre estes valores existem ajudas de custo e por aí a diante. Irrelevante e lateral. Nestes casos em concreto não são usados como remuneração.
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