E assim se ganham eleições
O governo PS – Sócrates conseguiu fazer pelo menos uma coisa com sucesso. Conseguiu mostrar as vantagens e benefícios que os trabalhadores ligados ao estado possuem, dependendo da corporação a que pertencem. Vantagens por comparação com a vida no sector privado, o mesmo que paga as contas do público. Os eleitores que não têm estas benesses vêm o governo “reformador” como o domador da besta. Por isso é que uma manifestação de 100.000 de uma corporação cujos direitos e benefícios têm sido atingidos em vez de tirar votos e apoios dá no final mais força ao governo. No final até pode dar o dito por não dito e deixar parte ou a totalidade das benesses, mas isto será feito em silêncio, de forma a capitalizar dos dois lados da barricada que criou.
Este governo aprendeu a lidar com as corporações. Atinge-as na reputação, torna-as alvos enfraquecidos perante uma opinião pública que quer sacrifícios. As corporações são os novos “capitalistas”. O inimigo do povo que tem que ser combatido. Por isso é que uma manifestação dá mais votos que tira. O povo vê a corporação a chorar. É porque o governo está a fazer o trabalho duro e a enfrentar a besta… e batem palmas.
As corporações se quiserem sobreviver como instituições respeitadas têm de aprender a lidar com este governo. Mostrar que querem defender para quem existem e não os seus membros, em especial os piores. Mostrar que estão dispostos a prescindir de benefícios, mostrar que, por exemplo, querem ser avaliados. Tomar a iniciativa. Depois, dentro da máquina da mudança estarão em posição privilegiada para encravar a engrenagem. No final deixar tudo na mesma ou ainda mais favorável para a classe ou corporação. No final não há ilusões, as corporações monopolistas e estatais existem mesmo para proteger os piores e a classe como um todo.
1. O sistema de avaliação tal como está montado de nada vale. Carga burocrática inexequível e sem significado. A única avaliação que vale é a externa. A solução de consenso, corporativa e endógena, burocrática ao extremo é uma piada.
4 comentários:
Ricardo, a lógica apresentada parece correcta. Acredito que os votos que o PS perde com os professores vá arrancar a outros descontentes que batem palmas ao governo por ter "braço de ferro" e não se deixar abater por manifestações de rua e outras que tais. No entanto não percebo uma coisa. Se não for o estado a regular e a fiscalizar as avaliações quem será?
Repara que não falo sobre as consequências politicas nem na avaliação propriamente dita, mas em quem deve "controlar" o processo.
Ricardo, a lógica apresentada parece correcta. Acredito que os votos que o PS perde com os professores vá arrancar a outros descontentes que batem palmas ao governo por ter "braço de ferro" e não se deixar abater por manifestações de rua e outras que tais. No entanto não percebo uma coisa. Se não for o estado a regular e a fiscalizar as avaliações quem será?
Repara que não falo sobre as consequências politicas nem na avaliação propriamente dita, mas em quem deve "controlar" o processo.
Filipe,
O João Miranda dá uma achega. Estou a escrever uma proposta para ter dar uma resposta.
Entretanto food for thought: Por que é que tem de ser o governo? Porque não fazes a pergunta ao contrário?
Porque tem de ser uma instituição responsável e imparcial com condições e autoridade para o fazer, se bem que não é bem isso que podemos esperar de instituições publicas na pratica, deveria ser isso o alcançado na teoria. Mas ai o que está mal não ´
é a estrutura do estado mas o seu funcionamento. Assim, não consigo pensar em ninguém melhor que o estado para o fazer.
Isto claro enquanto a educação for publica e/ou financiada por dinheiros publicos.
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