2008/01/03

Salários injustificados e desproporcionados

Cavaco Silva, como presidente da República, ganhará nesta altura, 7.262,77 euros ( o primeiro-ministro aufere 5.360,58 euros) de salário bruto, sem contar as despesas de representação, que são mais 40% dos respectivos vencimentos.
A este rendimento mensal que pode muito bem ser mantido intocável, na continha de banco, pois o transporte, alimentação, viagens e outras regalias sociais, são por conta da casa que é de todos nós, Cavaco Silva, ainda junta uns euros mais, arredondando o seu pecúlio mensalmente auferido como servidor do Estado e desde sempre ligado ao Estado.

Por força de lei oportuna, o regime de pensões e subvenções destinadas aos sacrificados titulares de cargos públicos ( deputados, membros do governo, governadores civis, etc) deixou de fora o presidente.
Assim, Cavaco Silva, enquanto PR, acumula legalmente o respectivo salário com duas pensões de reforma, fruto de descontos sacrificados ao longo de anos de trabalho exclusivo e em part-time ( os professores podem sempre acumular as aulas, com outras coisas, como toda a gente sabe) : do Banco de Portugal, onde entrou em 1977, atingindo o nível 18 e aí permaneceu ligado durante toda a sua vida pública e política que vem desde 1979, pelo menos; e também da Universidade Nova, onde leccionou. Ao todo, por contas de há dois anos, o valor da acumulação ultrapassava os 5000 euros ( líquidos), pagos pela CGA e pelo próprio fundo de pensões do Banco de Portugal.

[...]

Portanto, temos um PR, que acumula duas reformas, já de si elevadas, para a média de reformas em Portugal, com o vencimento de presidente da República. Agora, critica os salários elevados dos gestores.
Será dos gestores públicos? Será dos privados? Parece que será destes. Que autoridade lhe terá subido à cabeça para se entreter com os salários de gestores privados que pouco dizem à coisa pública?

josé, na Grande Loja do Queijo Limiano
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