Nem o D. Quixote Faria Melhor
Pinho quer Portugal “alternativo” para evitar efeitos do recorde do petróleo.
O ministro da Economia, Manuel Pinho, afirmou hoje que o investimento e a aposta nas energias alternativas são "a melhor forma" de Portugal atenuar os efeitos dos máximos atingidos pelo barril de petróleo. (...)Como sempre, os números são o grande ausente do discurso de Manuel Pinho. O seu discurso autista e simplório apenas refere banalidades e lugares comuns para serem consumidos sem ter de pensar muito. Para Manuel Pinho o dinheiro é a enfadonha tarefa de ter de carregar duas vezes no verde. Uma mera formalidade, nada mais. A mensagem do eco-fundamentalismo é repetida ad nauseam. Para ser aceite como um dogma, nunca posta em causa. O ventinho que lhe sopra por cima do quintal vale tanto como as avultadas reservas de petróleo da Venezuela. Basta um visionário, ou o rei midas decretar tal capacidade. Tudo vale: gigantescos parques eólicos com tecnologia obsoleta, tornados rentáveis através da injecção de fundos patrocinados pelo consumidor português, que paga a energia mais cara da Europa. E no entanto a megalomania continua. Nada parece demover o maluquinho dos parque eólicos.
Para Manuel Pinho, se Portugal não investir nas energias alternativas, "será como a Venezuela não explorar o seu petróleo". "Temos que explorar os recursos naturais que temos, que são um potencial imenso por explorar", referiu.
Numa conjuntura em que o petróleo continua barato, com tendência a encarecer, e em que a energia eólica continua cara, com tendência a tornar-se mais barata, qual será a estratégia óptima:
- Esperar para o momento óptimo de investir na nova tecnologia
- Investir já em moinhos de vento que estarão obsoletos dentro de alguns anos
Aparentemente, o governo decidiu por investir já. Lembre-se que os contratos efectuados com os produtores por prazos prolongados. Quem se compromete a pagar a tralha obsoleta são os consumidores. Manuel Pinho estabelece contratos generosos à custa dos clientes da EDP. À medida que os contratos com os produtores eólicos entram em vigor, o custo da energia aumenta. Resta acrescentar que são os mesmos consumidores de energia que financiam a publicidade da EDP que nos vem impingir os benefícios das energias renováveis.
3 comentários:
Isto parece que foi combinado...
eh assim. o mundo pertence aqueles que se levantam cedo :P
Resta dizer que, mesmo sem energia eólica, o alarme de Manuel Pinho é injustificado: o petróleo não está a encarecer por aí além quando o seu preço é computado em euros, a moeda que nos interessa. O preço em dólares aumenta tanto quanto o câmbio do dólar diminui, e os efeitos mais ou menos compensam-se. Fiz um post sobre o assunto no SCLS.
Luís Lavoura
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