Com um tipo chamado David e outro chamado Adam, estavam à espera de quê?
Conheceram-se em 1750, David Hume tinha então 39 anos e Adam Smith 27, e permaneceram amigos íntimos até ao final da vida - Hume faleceu em 1776, Smith em 1790.
A maior parte dos meus leitores já compreendeu onde vai desembocar a minha tese.
Durante os 26 anos que conviveram desde 1750 até à morte de Hume em 1776, Hume e Smith frequentaram os mesmos círculos literários, viajaram juntos e, sobretudo, moveram continuamente influências um em favor do outro, quer com o objectivo de favorecerem as suas respectivas reputações literárias, quer com o objectivo de conseguirem posições públicas de relevo. Quando Smith publicou o seu primeiro livro, A Teoria dos Sentimentos Morais, foi Hume que preparou o terreno e assegurou a boa receptividade da obra, escrevendo depois a Smith orgulhoso do seu trabalho. A carta denota uma cumplicidade entre ambos que não seria de esperar nos padrões formais da época.
Esta forma isolada e protegida da sociedade de agir e de manipular influências é bem conhecida, e não é de estranhar que muitas das teses que defenderam, relativamente à religião ou ao individualismo como motor de uma economia de mercado, fossem posteriormente adoptadas sem reservas pelos ideólogos do neoliberalismo que lhe sucederam.
A minha tese é a de que Hume e Smith eram judeus na clandestinidade. Apesar da informação anterior, eu não me sinto ainda capaz de confirmar - e muito menos infirmar - esta tese. Porém, se a tese vier a ser confirmada, eles podem bem ter estado no centro do primeiro lobby judaico da era moderna, bem como terão estabelecido as bases sobre a qual os ideólogos judaicos do neoliberalismo explanaram as suas teses.
3 comentários:
É o chamado lobby híbrido.:)
:-))
Brilhante, Joao!
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