2007/06/15

É sempre bom lembrar...

...que atrás das palavras "paz", "solidariedade", "cidadania" , "Justiça social", "Ambientalismo", "Multiculturalismo" vêm as palavras que reflectem o verdadeiro programa da extrema esquerda.

Nos sempre elucidativos Gatunos, o João Rodrigues lembra-nos das principais linhas programáticas (negritos meus) ...

(...) Às vezes isto implica também cuidar e proteger palavras que são todo um programa de crítica e de transformação: luta de classes, imperialismo, desenvolvimento desigual, controlo de capitais, controlo democrático da economia, nacionalizações, autogestão, socialismo...

6 comentários:

Anónimo disse...

Essa coisa de proteger palavras é típico das modernas economias capitalistas. Os Estados protegem certas palavras para proteger certas indústrias. Por exemplo, as palavras "leite" e "manteiga" estão protegidas. Não se pode chamar a uma coisa um "batido de leite" a não ser que seja mesmo feito à base de leite (e tipicamente não é). Não se pode chamar a outra coisa "manteiga de amendoim" porque é feito com amendoins, e não com manteiga. É muito curioso. Não se pode chamar a outra coisa "leite de soja" porque é feito com soja fermentada, e não com leite.

Desta forma, uma data de designações que já estavam popularizadas estão a ser apagadas e substituídas nos rótulos, por imposição do Estado.

É um verdadeiro Newspeak.

Luís Lavoura

AA disse...

Ricardo, há aí um engano, o link dá para o Ladrões de Bicicletas... >)

JLP disse...

LL,

Outra opinião não seria de esperar de quem acha que o couvismo-amarelismo é Liberalismo... ;-)

Acho muito bem que seja feita essa protecção. Por uma questão claramente contratual. Quando uma pessoa compra algo que anuncia uma determinada coisa bem conhecida, é tão somente legítimo que aquilo que lhe é vendido seja o que espera, e que quem lho vende não se possa dar a liberdades poéticas.

Se o LL acha que um batido de leite pode ser feito sem leite, se acha que um iogurte de morango pode não ter morangos, que se pode chamar manteiga a uma "coisa" onde não entra nada que alguma vez tenha saído de algo parecido com uma vaca (ou outro animal produtor de leite) está no seu direito de divagar.

Mas é das mais legítimas expectativas que um contrato seja claro e que a extensão das suas cláusulas (em que se inclui a caracterização daquilo que é vendido) sejam objectivos.

Porque é que o "leite de soja", que é propenso a interpretações erróneas (é leite a que foi adicionada soja?) não se vende como "bebida de soja"?

Já no caso da manteiga de amendoim, acho que está a exagerar. Enquanto que no caso da bebida de soja há a possibilidade, derivada ao aspecto e às propriedades dos produtos, de haver confusão, tal não acontece no caso da manteiga de amendoim ou do queijo amanteigado (que ninguém pensa que seja queijo com manteiga). Nem eu nunca vi coisa que se pareça.

Anónimo disse...

JLP,

as palavras não são propriedade do Estado. A linguagem é do povo que a fala.

"Água-pé" não é água nem tem pé. É uma palavra que foi cunhada pelas pessoas.

Sim, o leite de soja é atualmente vendido sob a designação foleira "bebida de soja". É isso mesmo.

A manteiga de amendoim é atualmente vendida sob a designação foleira de "pasta de amendoim".

As palavras, repito, exatas ou não, são propriedade do povo que as cria e as fala, baseado muitas vezes em analogias imprecisas. Não podem ser propriedade do Estado.

Luís Lavoura

Anónimo disse...

Há o "chá de tília" que não é chá (porque é feito de flores de tília e não de folhas de chá), há o "queijo flamengo" que não é da Flandres (e o queijo limiano que não é da Ponte do Lima), etc. Porque é que ao Estado lhe deu para embirrar com a manteiga de amendoim e com o leite de soja? Muito simples: porque a União Europeia tem grandes interesses no setor dos laticínios.

Luís Lavoura

Ricardo G. Francisco disse...

Creio que o João Rodrigues queria defender as palavras no sentido "ideias".

Não são tanto as palavras que o preocupam mas sim todo o seu significado...