Pelo financiamento privado dos partidos (4)
Existe um jogo de cartas, bastante conhecido, chamado "olho do c*". O objectivo é despachar as cartas que se tem na mão, cobrindo sempre a cartada anterior. Pode-se jogar a vários. O primeiro a despachar as cartas é declarado presidente, enquanto o último é o "olho do c*".
A particularidade do jogo é que o olho tem de entregar ao presidente as suas duas melhores cartas no início do jogo seguinte, em troca das duas piores cartas do presidente. Um sistema que em nada favorece a ascensão dos mais fracos, visto que o financiamento para a competição é indexado à última vitória.
Acho graça a este jogo, na medida em que é esta a visão que as pessoas de esquerda têm da sociedade actual, que segundo o seu ponto de vista dá as cartas à partida de modo enviesado. Este post é carinhosamente dedicado ao meu amigo Gonçalo :P Esquece-se ele no entanto que o financiamente dos partidos que ele tanto preconiza não passa de um esquema de presidente/olho.
Estranhamente, as culturas anglo-saxónicas chamam a este jogo "President". Preferem olhar para a metade do copo que está cheia.
2 comentários:
Esclareçamos uma coisa: eu sou defensor de um sistema de financiamento público, por não acreditar no financiamento privado. Mal ou bem, dos partidos são eleitas personalidades que vão gerir interesses públicos. O financiamento privado, sobretudo realizado por pessoas colectivas, só poderá ter subjacente um interesse patrimonial relevante, cujo NPV do projecto de financiamento do partido x seja positivo(acredito na racionalidade). Como peculato e associação de interesses são crime, sou contra esta forma de financimento.
Outra coisa diametralmente diferente, é o modo como o financiamento público é realizado (o qual beneficia os partidos com melhores resultados nos últimos actos eleitorais). Não vejo razões para assim ser: acredito que todos os partidos com uma base crítica mínima acima de um determinado limiar, deveriam receber o mesmo.
Gonçalo Pacheco de Faria
acredito que todos os partidos com uma base crítica mínima acima de um determinado limiar, deveriam receber o mesmo.
Gonçalo quero-te ver a defender esse princípio se ele um dia entrar em vigor, e o PNR ultrapassar a referida base crítica. Vai ser o teu dinheiro a financiar o ódio, no mesmo montante que os cartazes da JS que te são tão caros.
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