2006/11/16

Milton Friedman (1912-2006)



Com a morte no dia de hoje do economista laureado com o Nobel da Economia Milton Friedman, aos 94 anos, o Liberalismo fica muito mais pobre e perde um dos seus principais vultos do séc. XX.

Para além de um brilhante teórico da Economia, fundador da Escola de Chicago e de teorias económicas como o Monetarismo, construida em torno da perspectiva de que a moeda é alvo dos mesmos mecanismos de oferta e procura que o resto do mercado, foi um grande divulgador e democratizador do Liberalismo, quer através dos seus livros, quer através da série televisiva Free to choose, onde em linguagem simples e acessível apresentava os benefícios do mercado livre.

Partindo de um passado Keynesiano, passou a ser um crítico acérrimo dos seus princípios, e a contribuir para desmascarar as falácias da intervenção do estado na economia, e a desmascarar pilares como o do princípio do pleno emprego.

Visto por muitos, de forma limitada, como um típico liberal que se restringe ao âmbito da Economia, fruto possivelmente de reacções mais ou menos pavlovianas da maneira como foi seguido de perto por políticos como Margaret Thatcher ou Ronald Reagan, ou do seu papel na liberalização económica do Chile de Pinochet, teve uma participação socialmente bastante activa e importante na defesa de causas como a descriminalização das drogas e da prostituição, bem como na causa da eliminação do serviço militar obrigatório.

Entre as suas várias citações célebres, fica para mim uma que sintetiza em muito o espírito empresarial e empreendedor do Liberalismo e os benefícios do mercado livre, e que continua a suscitar amores e ódios ainda no dia de hoje, da economia rodeada de falsos moralismos e de hipocrisias de consciência social: a de que a responsabilidade social das empresas é a de aumentar os seus lucros.

Requiescat in pace.

2 comentários:

Carlos Guimarães Pinto disse...

Subscrevo

Anónimo disse...

Pondo a retórica política de parte e olhando aos números que jamais poderiam mentir... Thatcher e Reagan ambos seguiram receitas que tinham tanto de Keynes como de Friedman para fomentar o crescimento, inadvertidamente ou por mero acaso. Ambos tiveram períodos de forte crescimento da despesa pública e da dívida pública em conjunto com cortes nos impostos directos sobre rendimentos, etc.