2009/04/13

argumentos contra a liberalização do mercado de trabalho

Parece que alguém (António Barreto, não sei quem é), propõe, como medida contra a crise, a liberalização temporária e exceptcional dos despedimentos.

Não é hora nem local para discutir este tipo de políticas. Mas deixo a ressalva que estou genericamente de acordo este tipo de políticas, embora seja uma longa, difícil e delicada discussão.

O argumento de que tal política seria benéfica é rebatido n'Os Ladrões de Bicicletas. Um apanhado dos argumentos dá nisto (ipsis verbis):
- até economistas convencionais reconhecem que um forte impulso público (...), que proteja mais os trabalhadores e um Estado social robusto são a única coisa que pode prevenir um desastre absoluto
- dificuldade em despedir ou em contrair os salários, (...) subsídios de desemprego mais generosos, que evitam cortes tão intensos na procura, a maior viscosidade dos preços, [... evitando] espirais descendentes geradoras de falência e de aumentos de desemprego, ajudam a estabilizar as economias.
- maior precariedade desincentiva o investimento no aumento das qualificações (...) [dos] trabalhadores
- um dos efeitos (...) da desregulamentação unilateral das relações laborais [é] (...) o aumento das desigualdades que (...) é prejudicial à criação de emprego
- a precariedade e a contracção (...) dos salários (...) [reduzem] os incentivos à modernização e à inovação empresariais.

Duas questões pertinentes (para mim):
1. Mas isto é o melhor que conseguem? Até eu defenderia melhor uma legislação rígida.
2. Só fala em contracção de salários, qualificação de trabalhadores e inovação quem tem emprego. Já experimentaram vender essa cantiga a famílias desempregadas?

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