2009/03/16

5ª frase completa da página 161

Em resposta à maldição lançada pelo André Azevedo Alves d'O Insurgente, devo primeiro explicar o seguinte.

Em primeiro lugar, a vida de quem faz doutoramento em Telecomunicações não se compagina com páginas 161 - mesmo para quem se estica para os lados dos modelos de negócio e, com um jeitinho, policies. Não há centésima-sexagésima-primeira página aqui: só se lêem papers e a maior parte não passa das 15 páginas.

Então, virei-me para o livrinho com que ando na pochette (ou lá o que é que uso): "Africa Today" (Heather Deegan, Routledge, 2009). Mas foi uma chatice: a página 161 tem uma espécie de tabela e fiquei sem perceber o que era a 5ª linha completa.

Voltei-me para a mochila do portátil onde andam livros que já li e que meia-volta abro ao acaso porque o que importa não é tanto o que se diz mas o como se diz (ainda que seja uma tradução). Neste caso anda por lá o "Molloy", de Samuel Becket.

Olhem, foi uma maravilha. É que a 5ª frase completa da página 161 da edição que tenho diz assim:

Nos países evoluídos chama-se a isto uma comuna, creio, ou um cantão, não sei, mas entre nós não existe um termo abstracto para estas subdivisões do território.


Juro que não fiz de propósito. Nem saiu uma frase que mete "cu", nem saiu uma monólogo de 3 páginas e até parece que estou a fazer, em simultâneo, uma inteligentíssima e perspicaz crítica tanto à regionalização como a um qualquer belo movimento assim para o colectivista. Uma maravilha.

Posto isto, passo a maldição ao Carlos Guimarães Pinto (vizinho aqui no condomínio), ao Nuno Cravino (que irá ser companheiro blogante em breve) e ao Diogo Gomes (parceiro das redes e internets e que tem a mania irritante de me explicar coisas básicas de redes que eu não sei e que espero que propague a maldição a paragens de outros tipos, uma espécie de polinização cruzada).

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