É só fumaça, a polícia é serena
Não se pode classificar de inocente a concertação das rusgas policiais nos bairros problemáticos de Lisboa. Pouco convence a motivação alegada pela PSP, segundo a qual as operações decorreram "para prevenir o crime".
Os próprios "resultados" apresentados pela polícia pouca justificação dão à operação levada a cabo. Seria até de admirar que uma operação desta envergadura não produzisse captura de droga e armas, e não se traduzisse nas detenções que tiveram lugar. Afinal os suspeitos são conhecidos há mais tempo. Basta vontade política para levar a operação a cabo. Se era detenções que se pretendia, bastava dar um pequeno passeio pelo bairro alto e pelo rossio sem demais incómodo. Um pequeno número de agentes produziriam o mesmo efeito com meios reduzidos.
Sendo que a pressão da opinião pública subiu de tom para que houvesse resposta ao recente surto de criminalidade, o governo apenas se preocupa em encher o espaço dos telejornais com alguma fumaça. O próprio presidente da república aproveitou anteriormente o momento para tirar alguns dividendos políticos em busca de protagonismo nas suas insípidas funções que pouco lhe dão que falar.
É de perguntar qual a necessidade de concertação policial num curto espaço de tempo quando os crimes em causa não têm qualquer tipo de ligação entre si. Uma contra-ordenação de trânsito em Sacavém em nada se relaciona com uma apreensão de armas em Alcântara. Muito menos estas acções diminuem as preocupações das pessoas no que diz respeito a crimes violentos como assaltos a bancos e a carrinhas blindadas. Na falta de pistas, dispara-se para o ar.
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