eu fiz as contas
Ontem comprei a edição impressa do Jornal de Negócios precisamente por causa deste artigo, que dava o investimento imobiliário como uma mais-valia certa. Rapidamente fiquei desiludido, porque o artigo nada relatava sobre os encargos de compra e venda, anunciando taxas de retorno que não são minimamente reais. Dificilmente se conseguiria tirar lucro de tais especulações.
No seguimento deste post do Migas, que também chegou à mesma conclusão, pus-me a fazer as contas, e cheguei a taxas de retorno negativas na maior parte dos casos:
Pressupostos: Maior parte dos dados podem ser retirados do artigo. As taxas de IMT e IMI podem ser retiradas do simulador do Millenium. Os encargos de venda médios andam pelos 3% pagos às agências imobiliárias. A Remax por exemplo cobra o dobro (5%+IVA).
Em suma, não sei que raio de conselhos dá um jornal que se quer sério.
9 comentários:
E é se estivermos a falar de moradias..
Por outro lado, tudo muda se os encargos de venda forem adicionados (e não subtraídos) ao preço de venda..
Se os encargos fossem adicionados, isso significaria que as imobiliárias me passariam um cheque por me ter prestado o serviço de vender a casa. Fico muito agradecido se me facultar um contacto do género.
Clarifiquemos, então: o preço de venda apresentado pode ser o preço líquido, depois de descontada a comissão.
Por outro lado, no caso de apartamentos, é certo e seguro que teríamos que contar com as despesas de condomínio, o que em 3 anos pode ser significativo..
passo a citar o artigo:
Desde 2005, a oferta residencial no Algarve valorizou 9,9%, enquanto na Grande Lisboa não foi além de 3,5%, tendo ficado em 4,3% na Área Metropolitana do Porto
é bem provável que quem comprou casa no Algarve, em 2005, por 200 mil euros, a possa vender agora por 220 mil euros, encaixando 20 mil euros de retorno em menos de três anos.
a contradição está no próprio texto: quem compra a 200 mil e vende a 220 mil não encaixa certamente 20 mil.
E não se falou de encargos com seguros relativos à hipoteca, nem da (cada vez mais) fraca liquedez que um imóvel apresenta...
Meus Caros
Sem pôr em causa as V/contas não deviam subtrair aos custos o valor do usufruto ?
É que 3 anitos de rendas ou de estadias em hotel no Algarve ainda custa uns trocos.
Isso era se estivéssemos num país a sério. Portugal não é um país, é um lugar muito mal frequentado. E dispor da sua própria casa na altura de a vender, resolver um contrato de arrendamento é algo que pode durar 30 anos, ou mesmo várias gerações...
Caro Filipe
Longe de mim sugerir que a casa fosse posta no arrendamento normal.
Quando penso nesse tema, até me sobe a tensão arterial, por experiência pessoal.
Pareceu-me que o assunto se referia a casas no Algarve, pelo que num investimento desse tipo, dever-se-ia retirar os beneficios da sua utlização sazonal e de algum aluguer também do tipo sazonal.
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