2008/01/11

Eco-Fanatismo manifesta-se contra o poder de compra


O carro mais barato do mundo foi apresentado ontem em Nova Deli, na Índia. Fabricado pelo gigante industrial indiano Tata Motors, o modelo vai custar 100 mil rupias, ou seja, cerca de 1.700 euros.

[...]A Tata Motors fala de um consumo de 5 litros por 100 quilómetros e garante que qualquer pessoa com mais de 1,80 metros de altura se sentirá confortável dentro do Nano.

[...] Apesar de Ratan Tata garantir que o Nano cumpre todos os critérios ambientais, os activistas da Greenpeace fizeram questão de se manifestar ontem às portas do Salão Auto de Nova Deli, empunhando cartazes onde se lia: "Reduzam as emisões de CO2". Já antes, o vencedor do Nobel na área do Ambiente, o climatologista R.K. Pachauri tinha sugerido que o "carro do povo" ameaça transformar-se num pesadelo ambiental. "Se o acesso aos automóveis aumentar muito rapidamente, estaremos a criar uma bomba-relógio. Quando se baixam os preços tão drasticamente, torna-se impossível conter a poluição".

Público
Note-se que o carro em questão cumpre todos os critérios ambientais. O que a Greenpeace aqui põe em causa, é o facto do seu preço de mercado o tornar acessível a um demasiado grande número de pessoas. A reivindicação que se faz esperar é que estes carros tenham que estar sujeitos a determinadas quotas, ao contrário dos carros americanos, europeus e japoneses.

O impacto deste tipo de políticas e apelos sobre os consumidores portugueses é claro: por um lado, estes carros não vão encontrar mercado em Portugal, via restrições alfandegárias e limites à importação. Até calculo que o governo português impossibilite a importação. Isso significa, que cada pessoa continuará a ter de desembolsar 12.000 € a 15.000 € para ter um produto equivalente. São esses mesmos consumidores que pagam os impostos necessários à manutenção artificial de fábricas como a Autoeuropa. Ou seja, no dia em que as regalias desaparecerem, a Volkswagen retira-se de Palmela.

Já percebemos que a Greenpeace não faz o jogo dos consumidores e das famílias. O que deixa o caminho aberto para nos perguntarmos quais as ligações entre a Greenpeace e as construtoras automóveis.

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