2007/11/12

Cidadania à Toa

Foi Você Quem Pediu Para dar Sangue? Mesmo que não seja esse o seu desejo, questiona-se o direito que o banco móvel tem de retirar à cidade uns 5 lugares de estacionamento entre os escassos lugares que existem em Lisboa. Levanto o véu sobre a questão da gratuidade da doação de sangue. Mas por tê-lo feito deparei-me com algumas reacções colerosas.

Certos intelectuais bem-pensantes condenam em vez disso os carros que estacionam no lugar vago que sobejou. O cidadão apenas tem o direito de prescindir do seu espaço, do seu sangue e do seu direito à discordância. Estranha perspectiva.

6 comentários:

Pedro disse...

Pois é muito bem feito! Quem te manda andares a meter-te em fóruns cívicos que dão origem apenas a comentários tão "cívicos" como aqueles dali.
Eu gostei foi do teu CV por aquelas bandas, principalmente da parte do "Alfaiate de profissão, (...) usa placa que lhe cai constantemente em cima dos fatos que talha." E eu que andava a pensar encomendar-te um fraque para um casório!!!

LJ disse...

Achas mesmo que a questão do pedir sangue é uma chulice? e que o sangue se devia pagar? segundo a tua visão, numa sociedade liberal não haveria lugar a actos de solidariadede, que neste caso é especificamente dar a vida a alguém?

Anónimo disse...

O amigo vai-me desculpar, já vi que é uma alma sensível, e estes comentadores de facto são uns porcos ofensivos. Mas deixe-me perguntar uma coisa, e espero sinceramenter que não se zangue: tanta merdice por causa de cinco lugares de estacionamento? É que aquele camião está a recolher sangue, que vai salvar vidas! É uma questão de ponderação de valores. Já ouviu falar em ponderação de valores?

Adérito

Anónimo disse...

Mas já agora, e continuando a não querer ferir a sua sensibilidade, quando, longe vá o agoiro, se uma ambulância o tiver de ir buscar ou a um dos seus, e me obrigar a encostar à berma, fazendo-me perder o meu precioso tempo, posso vir aqui protestar?

Adérito

NC disse...

Adérito,

esse raciocínio é típico, comum mas está invertido. As acções não devem ser analisadas segundo as suas intenções mas sim sobre as suas consequências. Não se pode permitir que as "boas intenções" inomodem os cidadãos que não têm nada a ver com isso.
Quanto à questão da natureza gratuita não estou de acordo com o Filipe Melo Sousa. Há espaço para a gratuidade. Mas se a autoridade de saúde se vê a braços com falta de sangue crónica deverá oferecer incentivos para isso (além da publicidade e sensibilização da população).

Anónimo disse...

"As acções não devem ser analisadas segundo as suas intenções mas sim sobre as suas consequências."

Obviamente. E a consequência aqui é o salvamento de vidas.

Tenho muita pena, mas irás ser sempre incomodado por coisas que apenas dizem respeito a outros. O caso das ambulâncias, que referi, é só um insignificante exemplo.

Isto chama-se "Civilização" e é coisa antiga.

Adérito