Assim, eu sou um adepto do sufrágio universal, mas não a partir dos 18 anos - somente a partir dos 40. Como argumentei em post anterior, eu julgo também que uma Câmara Corporativa seria muito útil à democracia portuguesa. Sou também um defensor de restricções à liberdade de expressão - especialmente em matéria religiosa e de protecção às crianças, como sucede na Irlanda. E sou ainda um crítico, em Portugal, do Estado laico, considerando que o Estado democrático português deveria privilegiar a tradição católica da população.
Pedro Arroja, no Portugal Contemporâneo
Por estas e por outras é que a "
esquerda moderna" prefere a direita conservadora... e por estas e por outras é que é necessário separar águas.
4 comentários:
Em relação a uma Câmara Corporativa com funções consultivas, não tenho objeções. Isto é, se, em vez de o governo auscultar SEPARADAMENTE e em reuniões À PORTA FECHADA as opiniões de sindicatos e patrões e de todas as outras "forças vivas", se todas essas "forças vivas" falassem abertamente numa Câmara Corporativa à vista de toda a gente, talvez não fosse má ideia.
As outras propostas de Arroja são repugnantes, todas elas.
Luís Lavoura
Luís,
O Corporativismo é um cancro. Associações de indivíduos devem valer pelo peso que têm na sociedade. Peso natural e não concedido artificialmente pelo Estado. É a captura das associações originalmente livres pelo poder central.
É verdade que numa eventual Câmara Corporativa (CC) haveria sempre "corporações" que não estariam representadas. Só algumas estariam. Nessa medida, algumas "corporações" teriam um peso artificialmente concedido pelo Estado, outras não.
No entanto, isso acontece sempre. Há sempre corporações que têm bons contactos com o Estado, outras não. Por exemplo, a corporação dos juízes tem um peso prático muito maior do que o seu peso real na sociedade, porque tem grande acesso ao governo. Tradicionalmente, o mesmo acontecia com alguns sindicatos, como por exemplo o sindicato dos professores.
Ou seja, há sempre corporações que têm um peso muito superior (e outras muito inferior) ao seu valor real na sociedade.
Sob este ponto de vista, a existência de uma CC poderia ter a vantagem de tornar visível aquilo que hoje é invisível. A existência de grupos de pressão tornar-se-ia mais visível, e portanto mais fácil de criticar.
Luís Lavoura
e quem é que decide quem é que são os representantes dessas associações?
O porquê umas associações e não outras? E que poderes têm essas associações.
A livre associação tem a boa consequência da concorrência entre associações. A concorrência e o corporativismo não convivem.
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