2007/06/04

Private Equity (I) - Esclarecimentos gerais

Nuno Teles, nos Ladrões de Bicicletas, dedica 3 textos à bolsa de valores e aos fundos privados de capital de risco, vulgo “Private Equity Funds”. Acredito que o Nuno Teles, com estes textos, quis ajudar o Luís Lavoura a perceber um pouco como funciona a bolsa de valores e o mercado de valores financeiros em geral.

Uma empresa pode ser rentabilizada de várias formas. Uma delas é fechando-a, ou reduzindo as operações. Uma empresa pode ter activos como terrenos ou imóveis que estão a ser mal empregues. Que outra empresa ou indivíduo pode rentabilizar de forma superior. Uma das formas de rentabilizar empresas é fechando as suas operações e recolhendo o valor terminal das mesmas. Isto pode acontecer a uma empresa como um todo ou apenas a uma parte, eliminando-se uma linha de negócio ou simplesmente reduzindo-se a capacidade. Há muitas empresas que embora sendo irrecuperáveis operacionalmente têm um tremendo valor.

As acções de uma empresa são transaccionadas considerando a possibilidade de mudança de gestão e de estratégia. A possibilidade de alguém ou alguma empresa ganhar poder suficiente para mudar a gestão e aumentar a rentabilidade da empresa. Fechando-a por exemplo.

O mercado a funcionar de forma perfeitamente flexível garantiria que em cada momento esses activos estariam a ser usados por quem melhor os rentabilizaria. Como de facto os ajustes levam tempo, em alguns casos anos ou mesmo décadas, há muitas empresas que se arrastam com valores terminais prontos a serem rentabilizados.

É neste momento que podem entrar fundos privados de capital de risco. Como podem entrar quaisquer outras empresas ou indivíduos. Acontece que existem fundos que são criados exactamente para explorar oportunidades de rentabilização com reduções ou mesmo fecho das operações. Isto é óptimo. Ajudam a que empresas fechem se não tiverem razão para existir. Dão espaço a novas empresas.

As mesmas “Private Equity funds” também podem especializar-se no investimento em empresas que procuram capitais para crescer. Ou em empresas que procuram capitais para nascer. Ou em empresas que para serem operacionais precisam de uma nova gestão.

Estes Fundos são do melhor que pode acontecer a uma economia. Por um lado são o sinal que investidores privados estão dispostos a arriscar as suas poupanças investindo em negócios com rentabilidade incerta em vez de activos de rentabilidade certa como títulos obrigacionistas do estado, por outro são autênticos catalisadores da mudança. Fornecem o lubrificante que faz uma economia mexer-se e evoluir, o capital. Quem nos dera que existissem mais a operar em Portugal.

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