2007/06/08

Muito combate, pouca Economia

Os Economistas de combate, constatam que a malta que gosta da economia de mercado reconhece que a economia de mercado produz diferenças e desigualdade económica.

Eu lembro que a malta do socialismo utópico reconhece que para se produzir mais e viver melhor o capitalismo funciona melhor.

(...) Aliás, se se trata de produzir mais ou até de comer melhor , então os capitalistas são melhores que nós. Basta deixá-los agir.

Che Guevara, Cuba em 1963
(Jean Daniel, Le temps qui rest, Paris , Stock, 1973, p.154 ; via Pierre Kalfon, Che - Ernesto Guevara um lenda do seu tempo)
Por estas e por outras é que entendo que os ladrões Economistas de combate, reforcem o "combate" no "Economistas de combate". É que só com combate, do físico e de rua, é que conseguem convencer que a igualdade é melhor do que a liberdade com riqueza. Com a Economia não vão lá.

2 comentários:

Pedro Ribeiro disse...

Sem querer ser paternalista (isto começa bem!), não deves crer no absoluto das suas convicções. A atribuição de importância à igualdade (que pelo menos do meu ponto de vista não tem que ser necessariamente um conceito material tal como "classicamente" é entendido) não implica a rejeição da economia de mercado.
É curioso que o capitalismo tal como hoje o conhecemos (o real não o "utópico") deve a sua sobrevivência e aceitação (mais ou menos) generalizada à mão visível que intervém (nem sempre bem é certo) no sentido de amenizar as diferenças geradas pelo funcionamento "selvagem" da economia de mercado. É a liberdade em democracia que o exige sob pena das pessoas, em liberdade, rejeitarem as suas consequências. Mas também sei que para ser consequente com um liberalismo extremo (extremista?), isso da democracia não é muito importante:

«It is possible for a dictator to govern in a liberal way. And it is possbile that a democracy governs with a total lack of liberalism. My personal preference is for a liberal dictator and not for a democratic government lacking in liberalism».

(Friederich Von Hayek, citado em http://veu-da-ignorancia2.blogspot.com/2007/05/coisas-no-esquecer-ii.html)

Convém relembrar, a propósito, que o citado Hayek, hoje incensado de forma quase consensual no meio liberal, entre os anos 40 e 60 era, no quadro da Economia, pouco mais que uma voz a pregar no deserto, a exemplo do que acontece hoje com os tais "Economistas de combate" que, com desdém, menosprezas. Para quem está familiarizado com a teoria dos ciclos, não é definitivamente uma atitude avisada...

Ricardo G. Francisco disse...

Caro Rui Pedro Ribeiro,

Esforço-me por distinguir política de economia, se bem que é difícil.

Para dizer que Hayek é mais político, ideólogo que economista. Embora, eu acredite que tenha sido um grande nos dois campos.

Coloco a liberdade à frente da igualdade, como os que lerá por esta casa. Todos aqui, nesta casa, aprenderam a distinguir entre combate à pobreza de combate pela igualdade. É que podemos fazer consessões pelo combate à pobreza mas nunca pelo combate pela igualdade.

Esta lenga lenga para dizer que os economistas de combate que faço referência, são, tal como hayek, primeiro ideólogos e só depois economistas. A diferença é que Hayek, goste-se ou não da sua noção de equidade, conseguiu provar-se como um grande economista.

Os economistas de combate, com o seu conceito de justiça, equidade-igualdade, não têm sorte à partida como ideólogos e resta saber se alguma vez terão sorte como economistas de referência. Referência mainstream, quero dizer.

A economia, tal como a medicina evoluiu imenso no último século. Hoje é mais difícil sociólogos mascarados de economistas vingarem.


PS: Acredito na liberdade convictamente. Independentemente de ser o melhor caminho para a riqueza. por isso gosto de dar o exemplo de guevara. Um Marxista a sério, realista. Igualdade pela igualdade, mesmo que significasse pobreza em irmandade. Convicções...






PS: Esteja à vontade para ser paternalista. Eu tenho um estilo bem pior.