2007/05/26

Causas fracturantes

Vivemos em Portugal.

Portugal tem uma constituição socializante. Não tem uma constituição liberal. Tem uma constituição socializante. Uma constituição que não só não está feita para limitar os poderes do estado mas como prevê um crescente aumento da influência do estado. A colectivização como objectivo. Por isso é que a principal luta política está ao nível da constituição. Cada revisão da constituição é importante. Quanto maior o consenso que os pressupostos da constituição estão errados mais provável e mais rápida a potencial mudança de sistema. Também por isto a luta no campo das ideias é importante. Podem perder-se batalhas hoje mas deixar sementes que podem garantir grandes vitórias amanhã.

Entretanto há a política do dia a dia. A política dos partidos mais ou menos socialistas, mais ou menos conservadores. Mas que acima de tudo vivem da batalha do dia. Quando um partido diz que assume uma linha liberal, o mais certo é assumir essa linha dentro do contexto em que está inserida. Uma linha liberal nos Estados Unidos, como a de Ron Paul, por exemplo, tem, por força, objectivos muito diferentes da de uma linha liberal em Portugal, como a que com que Pires de Linha anunciou antes do último congresso do CDS/PP. Infelizmente, no contexto de uma constituição que promove a crescente socialização, a tentação será a de eliminar os privilégios de alguns dando os mesmos privilégios ao máximo de indivíduos. As causas fracturantes foram enquadradas neste método pela blogosfera liberal.

Prefiro não condenar esta linha ao fracasso. Tenho esperanças que de facto tragam alguma coisa de novo. Nem que seja por falarem sem medos do liberalismo como fonte de liberdade e não como o bicho papão que os partidos socialistas gostam de pintar. Rapidamente se perceberá se a linha será a das causas fracturantes ou a de liberdade para todos. Entretanto, boa sorte a Pires de Lima, sinceramente.

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