Respostas ao desafio - final
Responderam ao desafio lançado 13 pessoas do lado do SIM: a Sandra e o Zé, cá da casa; 2 anónimos; o Miguel Madeira do Vento Sueste; o Tiago Mendes do Logicamente Sim; o Luís Pedro do Rabbit's Blog; o Ricardo Alves do Esquerda Republicana;o Pedro de O Parcial; o Willespie de Willespie - Um Liberal Democrata e Otto Costa e o Lourenço de Complexidade e Contradição. Do lado do NÃO, 8 pessoas: o JLP, o Mentat, Miranda, o Gabriel do Blasfémias, kota do Deixem-me Falar, o Hélder Sanches e o Filipe Sousa.
Notas rápidas:
- A resposta com a qual me idenfico mais é a do Tiago Mendes. Aliás, do que tenho lido no seu blog só discordei, e muito, de dois posts (um dos quais é este, do outro irei falar mais tarde).
- Se o referendo é realmente apenas sobre a despenalização do aborto, a maioria dos que dizem defender o NÃO, andam enganados.
- A posição mais coerente, quer nos SIM quer nos NÃO, é a do Gabriel.
- Alguns defensores do SIM e do NÃO têm opiniões sobre este assunto mais próximas dos que se encontram no lado oposto do que no seu.
- Esta é a pior altura possível para falar de aborto.
10 comentários:
CArlos: deixa/me ser muito frontal, que eu tenho pouca paciência para certos mal entendidos: mas que raio de autoridade é que tu encontras para "discordar" de um post onde eu apenas faço um statement sobre "afinidades pessoais"? Será que não percebeste o post, ou será que me queres "corrigir"? Será que também queres discordar, ou corrigir, quanto aos meus critérios estéticos sobre música, cinema ou, quiçá, daquilo que procuro numa alma gémea?
Acho que tu, embrenhado numa certa ideia de liberalismo amiguista com estes e aqueloutros, não percebeste que eu não disse que não debateria com pessoas que discordem de mim. Disse que não teria vontade de "ir para os copos" com pessoas que votem Não (sim, não iria, por exemplo, com o teu colega JLP, o que ele tem escrito dá-me náuseas, e uma coisa é o respeito intelectual, outra coisa é ter vontade de confraternizar - e, se tu votas Não, também contigo. Claro?).
Não vou estar aqui a alongar-me em umbiguismos ao desafio - em resposta à tua (factual, ainda que não intencional) provocação. Eu não ando por aí em jantares nem À procura de abrir portas para A, B ou C. (Não estou a dizer que tu andas). Digo que me conheces muito mal e que dificilmente poderias dizer uma coisa mais violenta e irritantes do que te dares ao desplante de "discordar" duma coisa que é um statement pessoal.
Está claro?
Caro Tiago Mendes,
Para quem pauta a sua atitude intelectual e perante a polémica por um estrito rigor lógico e retórico, estranho ler que, numa discussão aberta e livre como a que se promove nesta casa, sem limitações e censura, a leitura do que escrevo lhe provoque "náuseas". Ou seja, pelos vistos não detecta erros, faltas, contradições ou falhas argumentativas, mas provoca-lhe "náuseas".
Pergunto se não será a altura de reflectir e admitir que já se vai pensando mais com a emoção que com a razão, e se não julgamos que afinal só o que defendemos é que tem legitimidade moral.
Sinceramente, não o esperava. Assim como não esperava que alguém que há tanto tempo anda pela blogosfera lusa construisse a sua imagem em relação à personalidade e ao carácter de terceiros baseada em inferências tiradas das suas posições intelectuais. Aliás, digo-lhe (mas naturalmente sou eu) que entre os meus melhores amigos estão pessoas com opiniões profundamente diversas das minhas (algumas que até enfermam dos vícios que normalmente aponta), que atentam fortemente contra os meus princípios, mas que não lhes retiram a possibilidade de ir "para os copos" com eles. Mesmo entre os membros deste blog, como poderá constatar, reina tudo menos o unanimismo. Contudo, conseguimos juntarmo-nos à volta de uma mesa e discutir com civilidade, sem nos deixarmos de nos divertir.
Alías, constato também o seu juízo da impossibilidade de um terceiro dispôr de alguma autoridade para criticar os seus "statements pessoais". Não é exactamente isso que está a fazer em relação ao que escrevo? É que o que escrevo não são encomendas nem são coisas ditadas por qualquer forma de seguidismo ou amiguismo liberal, e são, sempre, basicamente as minhas tomadas de posição pessoais sobre os vários assuntos que opto criticar. Não é isso, afinal, a génese do blog?
O facto de termos um determinado statement fundado por considerações pessoais, não impede que este possa merecer a crítica de terceiros. Se não desejava isso, tinha toda a possibilidade de o manter privado para si e não o escarrapachar num artigo de blog. Tornado público, como todas as atitudes públicas, não está imune á critica. Não é um julgamento colectivo. É uma crítica pessoal. O Luís Lavoura, recentemente aqui parodiado também por um statemente pessoal, pareceu compreender onde estava a divisória. Pergunto-me se, com mais calma, também não a iria discernir.
De resto, pelo menos não retribuo o seu juízo. Apesar de discordar profundamente com algumas coisas que escreve, particularmente neste contexto, reservo-me do direito de ajuizar do seu carácter quando (e se) o conhecer pessoalmente. Até lá, fico satisfeito e tranquilo por o que escrevo atingir em alguém a classificação de "náusea". Afinal, é sempre melhor que a indiferença.
"CArlos: deixa/me ser muito frontal, que eu tenho pouca paciência para certos mal entendidos: mas que raio de autoridade é que tu encontras para "discordar" de um post onde eu apenas faço um statement sobre "afinidades pessoais"? Será que não percebeste o post, ou será que me queres "corrigir"? Será que também queres discordar, ou corrigir, quanto aos meus critérios estéticos sobre música, cinema ou, quiçá, daquilo que procuro numa alma gémea?"
Tiago, calma.
O objectivo daquele ponto era referir que partilhava todas as ideias que tens exposto no teu blog, excepto aquela. Até penso que no contexto do teu blog é um post tão irrelevante que esta tua reacção é-me completamente incompreensível. Eu não ficaria ofendido se me dissesses que não partilhas o meu gosto por Diana Krall ou Saramago. Precisamente por o statement ser sobre afinidades pessoais é que as discordâncias deveriam ser mais normais e aceitáveis.
O resto do comentário é um conjunto de devaneios incompreensíveis.
P.S.: Apesar de estar do outro lado da barricada desta vez, o JLP, é um gajo porreiro para ir para os copos. Um dia que passes pelo Porto, estás convidado. Se te fizer impressão ir para os copos com um gajo que vota NÃO, podemo-nos ficar pela francesinha. Prometo não falar em aborto.
João: você não percebeu nada do que eu disse. Eu não fiz juízos de "carácter" de ninguém. MAs tenho direito a ter náuseas - sim, náuseas - de alguém que escreve A, B ou C. POsso ter o direito a ter náusear? Será que entende que isso não tem nada a ver com respeito intelectual? Eu respeito as suas opiniões e não disse que eram falaciosas. DIsse que me metem náuseas. QUe representam uma diferença de valores tão grande que me afastam, pessoalmente, de si. Issonão tem nada a ver com respeito intelectual. Não havia necessidade de se sentir atingido pessoalmente. Tenho naúseas com aquilo que li como tenho - são exemplos apenas, não estou a fazer equivalências - náuseas de homófobicos, de tipos apoiantes do PNR, de criacionistas, etc, etc.
Não os quero prender nem muito menos deixar de expressar as suas opiniões. Mas posso ter o direito a discordar de uma maneira tão forte que me dê náuseas? Espero que sim. Há valores civilizacionais que nos distinguem e nos dividem de forma pessoal - sim, somos pessoas emocionais - e irreversível.
Não estou aqui a pôr "emoções": estou a explicar-lhe que certo tipo de divergências são tão fortes que descem ao estõmago e ao fígado. Mas eu não quero calar o João, nem disse que não respeitava as suas posições, nem sequer que eram falaciosas; apenas disse que eram tão díspares das minhas que me causavam náuseas. CLaro?
Carlos: se calhar usas palavras sem reflectir bem primeiro sobre elas. Uma coisa é "discordar", outra é dizer que "não diria o mesmo". Não é o mesmo, desculpa.
"João: você não percebeu nada do que eu disse."
Mais uma vez se confirmam as limitações do meio para fazer passar as mensagens!
"QUe representam uma diferença de valores tão grande que me afastam, pessoalmente, de si. Issonão tem nada a ver com respeito intelectual. Não havia necessidade de se sentir atingido pessoalmente."
Eu compreendo que não se trate de uma questão intelectual. Mas dúvido que uma diferença de opiniões (e mesmo de valores e de princípios) seja algo (principalmente quando se trata do assunto em causa, que me parece muito distante dos exemplos de extremismos radicais que enuncia) suficiente para justificar esse liminar afastamento pessoal. Mas, é claro, é a minha opinião. Cada um "sente-se" de maneira diferente.
"Não estou aqui a pôr "emoções": estou a explicar-lhe que certo tipo de divergências são tão fortes que descem ao estõmago e ao fígado."
Poderei ser demasiado racional, e como tal frio, mas isso que refere, essa reacção, é sem dúvida uma reacção emocional. Mas não perde nada por isso, nem será à partida atestado de menoridade ou de maisvalia. Afinal, eu próprio e em muitas situações me senti possuido de uma gana de "me ir a eles"! Afinal, somos só humanos.
De resto, só posso desejar que, passado esta "borrasca", se possa regressar a eventuais diferenças (ou preferencialmente a concordâncias) menos percursoras de distúrbios alimentares. ;-)
E mantém-se a esperança na francesinha.
É emocional, num certo sentido, claro, mas não no sentido de ser irreflectido ou excessivo. Não retiro nada do que disse, mas posso ajudar a compreender melhor que não há nada de "ataque pessoal", apenas de "diferença pessoal" suificientemente grande para criar um certo afastamento. Just that.
Não sou fã de francesinhas, mas nunca digo não a um bom Porto.
"Não sou fã de francesinhas, mas nunca digo não a um bom Porto."
Seja!
"Não sou fã de francesinhas (...)"
Tenho que dizer que "discordo" profundamente deste comentário.
Carlos: li o teu comentário ao meu post mas não o publiquei, para não dar mais importância a um tema que não o merece e que de certa forma, assumo, foi um mal entendido catapultado pela minha reacção. Vale?
Abraço aos dois e quando for aí digo qualquer coisa.
PS: e concordo em discordarmos sobre as francesinhas.
Vale.
abraço
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