Os abortistas
Em 1998 os defensores do NÃO formavam uma massa uniforme de pessoas que utilizavam os mesmos argumentos e defendiam as mesmas ideias.
Os defensores do SIM, que tal como agora estavam em maioria, dividiam-se, como hoje, entre abortistas e defensores da despenalização do aborto. A afirmação dos primeiros na arena mediática empurrou os segundos para a abstenção e deu a vitória de bandeja ao NÃO.
Hoje a defesa do SIM segue o mesmo percurso. Cada vez que ouço argumentos do género: "Com dez semanas o embrião ainda não é um ser humano porque não desenvolveu cérebro/coração/vagina/nariz/figado" ou "A prática do aborto diminui as taxas de criminalidade" sinto a vitória do NÃO a aproximar-se.
3 comentários:
Mas isso também era de esperar. Existem N razões para defender a despenalização enquanto para defender a lei actual, aparentemente basta evocar a imoralidade do aborto.
Para além do futebol só existe uma força que consegue mobilizar mais as pessoas. A igreja católica. Infelizmente.
Tiago Alves: Creio que se passa precisamente o contrário. A igreja já há vários meses que prega incessantemente do altar contra o aborto. E lembro-me perfeitamente que foi a agressividade de certos movimentos pelo Sim em 1998 que ajudou a espantar alguns indecisos.
"Mas isso também era de esperar. Existem N razões para defender a despenalização enquanto para defender a lei actual, aparentemente basta evocar a imoralidade do aborto."
Hmm...acho que há aqui uma posição algo "disingenuous". Os defensores do sim entendem que só têm de provar que a actual lei está errada e que os apologistas do não se obrigam a defender a actual lei. É algo falacioso, porque não está em causa apenas a reversão da actual legislação. Existirá uma nova lei, e é perfeitamente possível considerar a actual lei como má, mas a futura como ainda pior.
Grande parte do argumento "esta lei ninguém cumpre" utilizado pelos defensores do sim baseia-se nesta falácia.
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