2006/10/08

Piratas

INTERNATIONAL LAW LACKS A DEFINITION FOR TERRORISM as a crime. According to Secretary General Kofi Annan, this lack has hampered "the moral authority of the United Nations and its strength in condemning" the scourge.

But attempts to provide a definition have failed because of terrorists' strangely hybrid status in the law. They are neither ordinary criminals nor recognized state actors, so there is almost no international or domestic law dealing with them. This gives an out to countries that harbor terrorists and declare them "freedom fighters." It also lets the United States flout its own constitutional safeguards by holding suspects captive indefinitely at Guantánamo Bay. The overall situation is, in a word, anarchic.

[...]

What is needed now is a framework for an international crime of terrorism. The framework should be incorporated into the U.N. Convention on Terrorism and should call for including the crime in domestic criminal law and perhaps the jurisdiction of the International Criminal Court. This framework must recognize the unique threat that terrorists pose to nation-states, yet not grant them the legitimacy accorded to belligerent states. It must provide the foundation for a law that criminalizes not only terrorist acts but membership in a terrorist organization. It must define methods of punishment.

Coming up with such a framework would perhaps seem impossible, except that one already exists. Dusty and anachronistic, perhaps, but viable all the same. More than 2,000 years ago, Marcus Tullius Cicero defined pirates in Roman law as hostis humani generis, "enemies of the human race." From that day until now, pirates have held a unique status in the law as international criminals subject to universal jurisdiction—meaning that they may be captured wherever they are found, by any person who finds them. The ongoing war against pirates is the only known example of state vs. nonstate conflict until the advent of the war on terror, and its history is long and notable. More important, there are enormous potential benefits of applying this legal definition to contemporary terrorism.
A revista Legal Affairs apresenta-nos um interessante ensaio (via o blog de Bruce Schneier), da autoria de Douglas R. Burgess Jr., que propõe uma abordagem elegante e original sobre a problemática do (alegado) vazio jurídico sobre o tratamento legal de terroristas e "unlawful combatants". A solução proposta passa pela extensão dos mecanismos legais que há muito classificam e definem como proceder em relação a actos de pirataria e aos seus autores (sim, os verdadeiros piratas, não os que copiam músicas e DVD!).

A argumentação, quanto a mim extremamente válida, é que toda essa legislação e entendimento jurídico foi criado para combater uma situação em tudo semelhante à que se vive em relação ao terrorismo: a existência de grupos de pessoas, essencialmente apátridas ou à margem do âmbito territorial da lei dos estados que praticavam de um modo organizado actos de violência e/ou de destruição para a prossecução de objectivos privados.

Aconselho vivamente a leitura, e não deixo de constatar que a solução apresentada, nos países que sustentam o seu edifício jurídico no costume (na common law), como os Estados Unidos e o Reino Unido, deixa pouca margem de manobra para atribuir credibilidade às alegações referidas de "vazio jurídico".

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