2006/09/21

Modelos de ensino universitários

Aqui vai a chamada de atenção para um excelente artigo do Tiago Mendes.
Não é de agora que critico a falta de capacidade crítica de alunos e professores portugueses e essa minha posição, por seu turno, foi muito influenciada pelos editoriais do Desidério Murcho na Crítica (agora sujeita a subscrição).
No seu artigo de hoje, O Tiago descreve pormenorizadamente um modelo universitário alternativo - o britânico - caracterizado pelo incentivo da capacidade crítica dos alunos e pelo sucesso da integração fácil dos alunos no mercado de trabalho.
O contraste com o ensino universitário português é óbvio e implícito no artigo: por cá, enche-se os alunos com toneladas de informação impossível de processar a tempo da prova e espera-se que eles sejam capazes de repetir a matéria palavra a palavra no exame ou na oral.
Note-se: o nosso ensino universitário não facilita muito nas notas; nem sequer permite a qualquer um licenciar-se sem um módico de esforço perfeitamente comparável ao que é exigido nos países mais desenvolvidos.
O ponto é que a exigência está mal direccionada; o ponto é que alunos habituados a fazer directas e a funcionar com a memória de curto prazo pouco ou nada tiram do curso, não sendo nem especialistas nas suas áreas, nem, muito menos, flexíveis nas suas aptidões.
Resumindo e concluindo, quando ouvirem o Nuno Crato dizer que o verdadeiro problema do ensino em Portugal é a falta de memorização, lembrem-se deste artigo do Tiago.

1 comentário:

Anónimo disse...

Concordo plenamente com o artigo indicado e o seu post. É um defeito das nossas universidades não prepararem os alunos para enfrentarem desafios, estudarem coisas novas, inovarem. Está tudo muito preso ao passado, a preconceitos. Não se fomenta o espirito crítico e a iniciativa.
Mas isso também vem de trás, com os facilitismos e métodos usados nos anos de estudo anteriores à universidade.
Pela minha experiência em termos de ensino colocaria por grau de qualidade/preparação em 1º a escola profissional (10º ao 12º), 2º a universidade e em 3º o restante ensino do 1º ao 2º ciclo