2006/07/19

Pela receita, todos os Santos ajudam

O ministro das Finanças, Fernando Teixeira dos Santos, disse ontem ter uma "confiança reforçada" de que o Governo será capaz de cumprir a meta apresentada a Bruxelas de um défice orçamental abaixo dos 4,6 por cento do Produto Interno Bruto (PIB) em 2006. Mas o ministro não afastou a possibilidade de serem necessárias "medidas adicionais" para conter o défice.

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Teixeira dos Santos não especificou o que poderiam ser as "medidas adicionais". O Governo Sócrates, desde que tomou posse, assegurou sempre que não iria recorrer a "medidas extraordinárias" para equilibrar as contas públicas. Não sendo "extraordinárias", as medidas "adicionais" teriam de passar por cortes efectivos na despesa pública ou por mais aumentos nos impostos.

Público Última Hora.
As receitas de impostos cresceram sete por cento no primeiro semestre do ano, se forem corrigidas pelo efeito de antecipação de um mês nos reembolsos do IRS, disse hoje o ministro das Finanças, Fernando Teixeira dos Santos.

Público Última Hora.
As contribuições para a segurança social cresceram 6,6 por cento no primeiro semestre, uma cifra muito acima da previsão de 3,6 por cento previsto no Orçamento de Estado de 2006, estimou hoje o ministro das Finanças.

Público Última Hora
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O IVA e o ISP subiram desde o início do presente mandato de Sócrates. A cobrança, quer fiscal quer relativa à segurança social também. O mandato do presente governo já vai em mais de um quarto. O que se pode constatar? Que a receita vai ser a do costume.

Depois do brutal agravamento fiscal que todos estamos a viver, o que se ouve o governo dizer? Que vai terminar com essas subidas conjunturais de impostos, que foram justificadas pelo desconhecimento, quais neófitos, do Partido Socialista das contas públicas em início de mandato, e pela consequente necessidade de tomar medidas drásticas, em oposição à sua promessa eleitoral de não aumentar os impostos? Não. O que se avizinha são novas medidas extraordináriasadicionais para continuar a atacar o problema como de costume, do lado da receita. Ou seja, o ataque ao problema estrutural do défice desde que este governo entrou em funções do lado da despesa valeu até agora zero. E a desculpa de que as medidas pelo lado da despesa não têm reflexos a curto prazo começa rapidamente a ser exposta. A questão é que não há medidas substanciais do lado da despesa. Não foi feito até agora qualquer avanço significativo do lado dessa despesa.

Face à performance passada deste governo e às "opções" colocadas pelo ministro Teixeira dos Santos para essas medidas "adicionais", alguém duvida qual das duas é que vais ser escolhida? Para quando as medidas excepcionais do lado da despesa?

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