Nossa Senhora dos Remédios rogai por nós
O saudoso e aclamado jornalista desportivo David Borges, em boa hora regressado às lides televisivas (curioso verificar que ele nos abandonou no rescaldo do caso Paula, regressando agora, de rompante, bem a tempo de nos elucidar acerca dos detalhes das saídas noturnas de Cristiano Ronaldo) defendeu, no seu programa televisivo, a tese de que as violentas, mal-educadas e caluniosas declarações de Scolari a um jornal do Rio Grande do Sul não tiveram repercussão na imprensa lusa, a fim de se poder apaziguar todo o ambiente que rodeia a selecção "de todos nozes".
Lembrando a parábola do bom samaritano, salientava alguns outros exemplos que demonstram bem o carácter geneticamente pacífico dos descendentes de Afonso Henriques:
- Doentes mal tratados nos hospitais públicos não apresentam queixa contra os mesmos, a fim de apaziguarem a necessidade de pagar o custo real dos serviços que utilizam.
- Adeptos do Benfica recorrem a doses maciças de Guronsan, a fim de apaziguarem a sua relação com os ácidos estomacais.
- Docentes fazem greve um dia antes de um feriado nacional, a fim de apaziguarem de a sua premente necessidade de viajar pelo país, em busca de novas experiencias pedagógicas.
- Advogados recusam o recurso à publicidade e à publicação de tabelas de preços, a fim de apaziguarem a sua necessidade de se deslocarem em viaturas alemãs, último modelo.
- Funcinários municipais recusam a aprovação de licenças de construção em prazos legais, a fim de apaziguarem o processo de tramitação de avenças e subsídios de risco, a que recorrem ao abrigo da lei dos direitos adquiridos.
- Contribuintes investem fortemente na aquisição de tubos XXL de vaselina, a fim de apaziguarem a sua relação com a DGCI.
P.S.: Eu nem queria abandalhar muito os posts, mas já que foi posta em causa a pureza bacteriológica do meu liberalismo, vi-me obrigado a beber uma Boémia, cujos efeitos secundários estão agora à vista de todos.
2 comentários:
a profusão de anglicismos neste blogue dá rápidamente conta daquilo que ele é - uma correia de transmissão de inaninadades propicias à aceitação do pensamento unico de raiz americana.
Bye!, bye!
Olhe que não, meu caro, olhe que não. Por mim falo e lhe afianço que a minha posição relativamente ao statu quo americano é, no mínimo, crítica. Falo só por mim, e não pelos meus colegas de blog, mas sabe como é, por cá não gostamos muito de pensamentos únicos!
Quanto às "inanidades", aguardo que apareça por cá e as aponte. Não nos furtamos à discussão.
Espero que o "bye!, bye!" seja afinal um "não anglicista" até já! ;-)
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