2006/05/26

Uma afirmação ordinária

O primeiro-ministro, José Sócrates, defendeu hoje no Parlamento que a venda de património do Estado que o Governo vai efectuar não constitui uma receita extraordinária, por se tratar de imóveis inúteis e que apenas causam despesa.

[...]

"Vem para aqui [Miguel Frasquilho] confundir receitas extraordinárias com boas medidas de gestão. Não sabe que a venda de património absolutamente inútil ao Estado é uma boa medida de gestão? Chama a isto receita extraordinária? Não sabe o que é receita extraordinária", concluiu o primeiro-ministro.

Público Última Hora.
Não está em causa a medida. Eventualmente o "por que preço" e o "nível de desespero" que o pode estabelecer. Mas é sempre triste ver o primeiro ministro a tentar enveredar por argumentos de retórica para tentar justificar o injustificável, concretamente que mesmo recorrendo a aumento dos impostos, e apesar de ter firmemente afirmado o contrário, vai ter que tomar exactamente a mesma medida que criticou em governos anteriores. Não poderiam ter utilizado os mesmo argumento esses anteriores governos que enveredaram pela mesmíssima prática? Que eram "boas medidas de gestão"?

Compreende-se (mas não se aceita) que a situação das finanças dos estado estejam difíceis, e que esta seja uma medida relativamente fácil para o problema. Mas convinha que talvez alguém oferecesse um dicionário de língua portuguesa ao eng. Sócrates para que possa tirar as suas dúvidas e confirmar a triste figura que faz. É que este género de argumentações já vão deixando de ser extraordinárias e vão caindo na rotina ordinária deste governo.

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