2009/07/23

o gene da corrupção

Bruno Alves, Insurgente:

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(...) o negócio da COSEC pretendia ser mais um exemplo da estratégia "Tony Soprano" que o governo tem seguido: há um episódio de The Sopranos, dono de uma loja de artigos de desporto, enfrenta algumas dificuldades financeiras, e pede ajuda a Tony. O seu amigo, claro, fica a dever-lhe um favor, e Tony não perde tempo a cobrá-lo (...): a loja do amigo de Tony Soprano rapidamente se torna numa plataforma para Tony e os seus "colegas" se envolverem nas mais variadas vigarices.
(...)
Desde que chegou ao poder, e ainda mais desde que a "crise" rebentou, que a estratégia do Governo tem sido semelhante: Sócrates não hesita em "ajudar" esta empresa e aquela, ou o sector A e o sector B. Escusado será dizer que, tal como o amigo de Tony Soprano, estes "ajudados" ficam a "dever uma" (ou "muitas") ao senhor Primeiro-Ministro. Ao adquirir uma participação maioritária na COSEC, o Governo pretendia ter mais um meio (a juntar à CGD, por exemplo) de condicionar os "negócios" portugueses: ao comprar a COSEC, o Governo faria com que mais um sector de actividade ficasse directamente dependente de decisões governamentais para sobreviver.
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Eu acrescentaria isto: o Governo até pode ter as melhores intenções. José Sócrates, ou quem quer que esteja a liderar o assunto da COSEC, até pode realmente achar que é para o bem das empresas portuguesas (não é); mas é assim que a corrupção singra: acasalando o público com o privado, numa cascata de favores, jeitinhos, medidas bem-intencionadas, subsídios e ajustes directos.
Agora juntem a este cenário más intenções, dolo, propósito com mau carácter e falta de sentido público e compadrios planeados: ficamos com o Portugal que temos.

O gene da corrupção está nesta mistura privado-público.

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