divórcios e pobreza
Sempre que Cavaco Silva se lembra de associar a lei do divórcio à pobreza, eu fico algo perplexo. Nem consigo perceber bem a relação entre o que me parece um fenómeno de escala muito limitada - o divórcio - e um fenómeno de escala social, a pobreza, nem consigo perceber muito bem o porquê da preocupação de Cavaco Silva, o grande arquitecto económico que apenas se preocupa com grandes linhas de orientação.
Depois lê-se assim no Expresso
João Costa Reis explica que, no caso da habitação, a principal causa de incumprimento é o divórcio (incluindo separações de uniões de facto). "Em 55% dos casos é exactamente assim". A segunda causa é o desemprego, que representa 40% das situações.
Afinal, talvez o fenómeno não seja de escala tão limitada quanto a que imaginava.
De qualquer forma, e aqui alinho pelo anti-economicismo, querer manter duas pessoas juntas por causa do empréstimo da casa continua a ser desproporcionado. O que não mata engorda e a próxima geração talvez venha a adorar aquele papelinho da separação de bens.
2 comentários:
Vítor, a "primeira" aprovação do No-fault divorce foi feita pelo Reagan quando era Governador da Califórnia. Arrependeu-se rapidamente porque descobriram em pouco tempo que, de facto, o "divórcio porque sim" teve uma influência brutal no aumento da pobreza entre mulheres e crianças. Há estudos por aí, inclusive na net que o demonstram. Ao contrário do esperado, são os homens que mais utilizam essa invenção para se livrarem de mulheres e filhos.
confesso que desconhecia o problema. Lá está, depois de se saber, faz sentido, qual comentador desportivo às 2ª feiras.
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