2009/04/28

jornalistas

Eu não conheço nenhuma actividade humana (e.g., gestão empresarial, orientação de uma tese académica, escolher um prato para o almoço num restaurante, etc.), que não assente numa qualquer hierarquia de delegação. Não é uma hierarquia no sentido de importância mas uma hierarquia mais afim da divisão do trabalho.

Um jornalista é onde eu delego parte da minha cidadania, por exemplo, aquela parte em que se escrutiniza o caráter de um político. Este escrutínio é muitas vezes insuportavelmente subjectivo e especulativo. Mas faz parte de viver em sociedade.

Querer controlar todo este processo não é saudável. E ainda menos é querer controlar os próprios jornalistas, ainda que, por serem humanos, vivam humanamente inundados em self-interest.

É por isso que, a "O jornalista não pode nem deve, pelo seu comportamento como profissional, quebrar essa relação de confiança que há entre ele e o público anónimo." eu digo, sim, pode, mas igualmente importante é quem lê não perder o sentido crítico.

Sem comentários: