2009/04/07

directas nos partidos

Tenho tido muitas reservas sobre a eleição dos dirigentes partidários através de directas. Quando aconteceu no PSD, em que Durão Barroso por pouco não escapava, achei que um importante mecanismo de preservação de um mínimo de qualidade (!) dos dirigentes tinha desaparecido. A questão é que o "povo" é manipulável.

Estava enganado. O "povo" é manipulável, efectivamente, mas o problema maior não é esse. Fechar as eleições em torno de meia-dúzia de anciãos é abrir caminho aos patriarcados, o que é muito pior do que a manipulabilidade do povo.

Abrindo o poder a todos, não hesito em trocar diversidade, auto-controlo e q.b. de instabilidade por manipulabilidade. Aliás, cada vez mais desconfio de quem se diz que é diferente e está cheio de boas intenções e que se basta a si próprio. Ou é tolo ou é vigarista.

Além disso, "o povo é quem mais ordena", não porque o "povo" seja sábio, é ao contrário, é porque é a própria sapiência que é definida pelo povo do agora, não por uma meia-dúzia de miseráveis em alianças douradas que sabem o que é melhor para os restantes.

2 comentários:

SiLvio SAntos disse...

Realmente, não estou nada surpreendido com a sua ignorância...

Vítor Jesus disse...

viver é aprender, já dizia uma canção que tenho a certeza que existe por aí