2008/04/21

Le Stock-Trader Malgré Lui



Um cenário em que um indivíduo é obrigado a jogar na bolsa o seu ordenado, é essa a realidade de quem contrai empréstimo para a compra de casa. Um comprador de casa que se endividou em 150.000 € na compra de casa há dois anos atrás já terá visto a sua prestação aumentar em 250€ mensais. O aumento está unicamente relacionado com o custo do dinheiro, factor que este não pode de forma alguma influenciar.

Esse risco poderia ser diversificado, e atenuado, houvesse a possibilidade de concessionar uma moeda alternativa para utilização em território português. Moeda essa que seria válida para negociar contratos de trabalho, declarar os seus impostos, subscrever aplicações sem risco, transaccionar comercialmente ou guardar à ordem sem desvalorizar. O absoluto monopólio da emissão monetária por parte do estado é um dogma largamente aceite e imposto, justificado com pretextos obscuros tais como a intervenção nos ciclos económicos e o controlo da inflação.

Deixo por fim o reparo, que quando o governo afixa a inflação nos 3%, o aumento dos encargos financeiros em 250 € reduziu o poder de compra bem acima dos 15%. É essa a inflação real, sentida no orçamento familiar. A estabilidade é uma farsa. A factura é real. O monopólio de estado é um mau serviço.

5 comentários:

Anónimo disse...

A melhor maneira de atenuar o risco inerente à compra de casa a crédito é não incorrer nesse risco.

Alugar uma casa é muito mais seguro. A renda que se paga aumenta à taxa da inflação. E, se mesmo assim aumentar de mais, há sempre a opção de cancelar o aluguer e alugar outra casa mais barata.

Luís Lavoura

Miguel Madeira disse...

"Um cenário em que um indivíduo é obrigado a jogar na bolsa o seu ordenado, é essa a realidade de quem contrai empréstimo para a compra de casa. (...) O aumento está unicamente relacionado com o custo do dinheiro, factor que este não pode de forma alguma influenciar."

Pode - é pedir um empréstimo a taxa fixa.

Filipe Melo Sousa disse...

Ambas as opções são piores: por um lado o mercado das rendas traduz-se numa prestação igual ou maior, para no fim não ficar com a casa. Isto deve-se à regulamentação excessiva do mercado das rendas, à possibilidade destas voltarem a ser congeladas, e ao risco do proprietário ficar para sempre sem poder usufruir da sua casa ou despejar um inquilino incumpridor. Isto traduz-se num prémio de risco para quem aluga.

A taxa fixa, também é um cenário pior. Quem contrai um empréstimo de taxa fixa paga mais do que o pior cenário. Também reflexo do prémio de risco dos bancos. O monopólio está nos bancos centrais, não nos "revendedores". É como a DeBeers. De nada vale bater à porta de todas as joalharias: os diamantes continuam caros.

Anónimo disse...

Mesmo que fossem os bancos e não o estado a emitir moeda a divida não desapareceria com passe de mágica. Quem compra ou aluga casa tem de lidar com essa situação, e as suas "soluções" fazem-me rir. (LOL)

SABINE

Anónimo disse...

Deite a chave da sua casa na valeta e siga pela rua ao acaso, terá probabilidades de encontrar o Grande Distribuidor de Improbabilidades. Contorne.o com cuidado. The highway is for gamblers. Os escravos da linguagem económica ficarão para sempre nos seus tugúrios? mmmm caso a considerar. De facto as soluções burguesas e liberais são as mais sensatas. Mas porque é que as pessoas sensatas não são nada boas na cama?
Também valerá a pena pensar se o dinheiro roubado não é mais sexy do que o honestamente suado? Se é que existe. Se é que (Proudhon) todo o dinheiro não é um roubo comum, vulgar, sólito, chato, sem frisson?
Experimente falar de dinheiro mais de dez minutos à sua namorada? Ainda a tem depois de 10 minutos? Deve ser a Ferreira Leite -