2008/03/28

Momento de solidariedade com o Miguel Duarte

Há quem nos acuse de sermos menos que simpáticos para com o MLS por estas paragens.

Não pude contudo deixar de ficar estarrecido e chocado com as palavras (com negritos meus) do Hugo Garcia para com o Miguel Duarte, respectivamente vice-presidente responsável pela política do movimento e o seu presidente:

Miguel,
O que tu estás a fazer não tem nada a ver com opiniões políticas.

Tem simplesmente a ver com incentivar o ódio.


Tu não mostras todos os lados do Islão. Tu nunca colocas textos a mostrar coisas boas ou o mal que existe contra eles.

A tua posição é simplesmente de ódio, que tenta encontrar um argumento para a destruição do islamismo fomentando o ódio que já existe.

Se existe alguma forma de acabar com violência e ódio é através do diálogo, que é o oposto daquilo que tu fazes constantemente.

Podes vir com argumentos de Liberdade de comunicação ou liberdade de expressão, mas primeiro tinhas que saber o que palavras como comunicação ou expressão querem dizer.

Se no congresso sobre democracia e desenvolvimento tivesses ouvido o discurso do Lord Alderdice, em vez de estares a fazer lobby, tinhas percebido que:

1- a violência é a comunicação dos que não têm voz
2- a única forma de acabar com a violência é abrindo os canais de comunicação
3- que nunca se deve gerar o ódio dentro do nosso grupo contra o outro, porque isso apenas conseguirá aumentar o ódio de ambos os lados.

Experimenta ler um livro de Amin Maalouf, como as identidades assassinas ou as cruzadas vistas pelos árabes e depois vem me dizer que não és racista.
Já agora, tenta ler o Mein Kampf ou a bibliografia do Hitler para perceberes como essa tua estratégia tem muito mais a ver com a dos nazis.

Porque também eles tinham muitos argumentos contra os judeus, tal como tu tens hoje.
A diferença é que o Hitler era um líder e conseguiu espalhar o seu ódio.
Basicamente (e apropriadamente ao assunto em questão), o que Maomé não disse do toucinho.

Fica a dúvida sobre o que é que Hugo Garcia está a fazer na direcção do movimento, quando acha que o seu líder e principal face é merecedor dos adjectivos e representável da forma como o descreve.

Ou está a candidatar-se, de forma consequente com as suas palavras, ao lugar de Goebbels?

4 comentários:

Filipe Melo Sousa disse...

Quero felicitar o Miguel pela coragem ao publicar este vídeo, num contexto em que são usadas ameaças e argumentos intimidatórios para que estas denúncias não sejam feitas.

Já o mesmo não se pode dizer do discurso politicamente correcto que desculpa e justifica o terror.

Pedro Machado disse...

É engraçado ver que quem acusa os outros de pregar o ódio o faça sempre de modo tão violento e insultuoso...

Esse texto acima é puro insulto, mas o Miguel Duarte respondeu com educação. Eu teria mandado o outro à merda.

O post do MD sobre as percentagens de apoio ao islão violento e integrista é muito útil pois condensa tudo em um só sítio.

Pedro Machado disse...

Outra coisa engraçada. Na primeira notícia linkada pelo MD, em que um estudo revela que 6 % dos muçulmanos alemães têm tendências violentas e 14 % tendências antidemocráticas, o ministro do interior alemão avisa que a alegada exclusão dos muçulmanos do mainstream da sociedade está a causar radicalização. Claro, a culpa é sempre nossa. Não passa pela cabeça do ministro que é precisamente por causa da radicalização que os muçulmanos são discriminados.

http://www.spiegel.de/international/germany/0,1518,524739,00.html

Filipe Melo Sousa disse...

Trata-se mais do que ostracismo de parte a parte. Com o ostracismo de alguém que não aceita o meu modo de vida ocidental posso eu bem. O que é preocupante é o apelo ao ódio e à intimidação para propagar uma religião, ser imune à crítica, e tornar os seus crimes desculpáveis.