2008/02/20

Wollt Ihr den Totalen Bankrott?

A maior central solar do mundo, actualmente em construção no concelho de Moura, num investimento total de 237,6 milhões de euros, deverá começar em Março a produzir energia "limpa" para a rede eléctrica nacional durante 25 anos.

(...) Sem custos de fuel ou emissões, a central, por cada 90 mil MW de energia produzida, vai permitir poupar 152 mil toneladas de emissões de gases de efeito de estufa (CO2) em comparação com uma produção equivalente a partir de combustíveis fósseis.

(...)
A Central Solar Fotovoltaica de Amareleja será a quarta instalação do género no Baixo Alentejo, depois da Central Solar de Energia Fotovoltaica de Serpa, do Parque Solar de Almodôvar (2,15 MW) e da Central Solar de Ferreira do Alentejo (1,8 MW).

Para a construção desta central, o Conselho de Ministros aprovou, no início de Janeiro, a exclusão do Regime Florestal Parcial de uma área de 114 hectares, situada na freguesia da Amareleja e pertencente ao perímetro florestal das Ferrarias. Em compensação, o Governo irá submeter a Regime Florestal Parcial uma área no concelho de Moura no mínimo igual à ocupada pela central.


Diario Economico

Passando o folheto de propaganda goebeliesca, gostaria de colocar cinco pormenores que estranhamente não foram referidos:

1) Quem pagou o investimento? De acordo com o ministério das finanças os 237,6 milhões de euros apareceram espontaneamente. Alguém acredita que não vieram para aqui fundos públicos?

2) Quanto foi gasto em CO2 para produzir os painéis? Será que a produção de silício não é consumidora de energia agora?

3) Quanto custa a produção ao consumidor? Bom, o consumidor vê a tarifa média inflacionada uma vez que a produção em fotovolcaico com tarifa bonificada custa seis vezes mais do que a produção convencional.
Custo fotovoltaico: 310 € / MWh
Custo produção convencional: 55,8 € / MhW
Se amanhã apenas metade do país produzisse em fotovoltaico, a conta da luz subia em 228%. O consumidor ambientalmente consciente que apenas escolheria o fotovolcaico pagaria desde já um aumento de 456%. Alguém interessado?

4) Quanto CO2 deixa de ser absorvido pela zona florestal que deixará de ser zona florestal?

5) Qual o actual uso da área no concelho de Moura no mínimo igual à ocupada pela central onde se vão semear as novas árvores, e quem vai eventualmente pagar a sua expropriação?

1 comentário:

Mentat disse...

Eu também gostava que me esclarecessem alguns "pormenores":
1.Qual era a classificação e uso da outra parte do terreno ocupada pela instalão que não era florestal?
2.Quanta água é gasta no arrefecimento dos paineis e na sua lavagem de manutenção e qual o seu destino final?
3.O pessoal de manutenção desloca-se naqueles hectares todos como ?
A pé, de bicicleta, de burro, ou de carro eléctrico ?
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