2007/09/10

Promoção Nacional da Solidão


Ao assumir um número constante de Portugueses, dispersos pelo território, resta saber como o nosso governo Visionário pretende reagrupar as pessoas. Tomando um conjunto de medidas e desincentivos, o governo impede as pessoas de se reagruparem e promove a dispersão, que considera mais adequada. Sócrates dita o modo segundo qual as pessoas não devem viver juntas.

Constatam os Visionários, que o nosso país padece de um fenómeno chamado êxodo rural. Isso significa que os Portugueses optaram por residir em zonas com maiores densidades populacionais do que aquelas das quais são originários. Por algum motivo estranho, José Sócrates pretende contrariar e inverter esta tendência:

"Neste momento os benefícios fiscais são de cinco por cento para as empresas que existem. Vamos aumentá-los para o dobro, para dez por cento. Os benefícios para as novas empresas serão aumentados para 15 por cento. (...) Podemos e devemos dar ao interior do país maior apoio em termos de benefícios fiscais à sua actividade económica e às suas empresas (...) uma discriminação positiva irá permitir mais emprego industrial".
Segundo José Sócrates, são as zonas preteridas pelos portugueses que merecem ver aplicado o dinheiro público. A vontade dos portugueses indica que as cidades - e não o interior - são o futuro habitacional das pessoas. No entanto, o governo pretende continuar a derreter avultadas somas no interior do país em pavilhões desportivos desocupados, infraestruturas em cidades desertificadas, auto-estradas que não se pagariam por si através das portagens, aeroportos no meio do deserto.. a lista seria longa. Agora mais do que isso: Sócrates pretende através de diferentes cargas fiscais fazer com que os clusters económicos e sociais sejam economicamente inviáveis.

Em suma, Sócrates entende que os Portugueses não deverão viver em grandes centros, mas sim em pequenas comunidades. A receita para a felicidade será viver rodeado do menos número de pessoas possível. A virtude de Sócrates é a Solidão.

José Sócrates age sob a capa da liberdade. Alega seguramente não estar a obrigar ninguém a nada. Claro que um incentivo é apenas isso mesmo um incentivo: cada empresário terá todo o direito de abrir uma empresa onde bem entender. É livre de levar a cabo uma actividade danosa, e derreter dinheiro mês após mês, ano após ano.

Resta dizer que em caso algum, e sob este prisma, nunca ninguém é privado do seu direito de se movimentar livremente dentro do seu país. Mesmo com uma arma apontada à cabeça, o indivíduo é livre de contrariar o "incentivo" a obedecer.

1 comentário:

Anónimo disse...

Situação complicada esta da distribuição dos dinheiros públicos.

Por um lado, temos o Interior despovoado e abandonado. Por outro lado, temos a região litoral sobrepovoada e saturada a diferentes níveis.

Ambas situações causadas por 2 fenómenos: a litoralização e biporalizão (em torno da AML e AMP).

O que fazer face a esta realidade nacional?

1. Medida justa - Investir mais nas áreas urbanas onde se concentra mais população, resolvendo os seus problemas de modo a solucionar as deseconomias de aglomeração e de escala.

2. Oportunidade para as cidades médias - Reagrupar a população em cidades de média dimensão como Aveiro de modo a não saturar mais Lisboa e Porto.

3. Reduzir as assimetrias populacionais e económicas regionais.

Note-se que medidas como estas não visam obrigar ninguém a viver num lugar que não responde às suas necessidades. As pessoas são livres de viver onde acham mais conviniente.

Como sabemos à partida o que as atrai a viver num determinado sitio, investe-se no desenvolvimento de regiões desfavorecidas.