2007/07/26

Criminosos de Fraldas



Pergunto-me porque motivo são precisos 23 agentes da PJ e da ASAE para após várias semanas de investigação chegarem à brilhante, esclarecida, erudita, inesperada, mui douta e visionária conclusão que nos sites www.zetuga.com, www.zemula.org e www.btuga.pt se podia sacar música sem pagar por ela.

O que vai portanto mudar em Portugal a partir de hoje? Precisamente nada. Qualquer miúdo pré-adolescente vai continuar a encontrar em menos de cinco minuto qualquer música, filme ou software que deseja sacar. David contra o Golias.

Gostaria que o ministério público me comunicasse como cidadão pagador de impostos, quanto custou esta operação de investigação completamente ineficaz. De que serve este esbanjamento de recursos do estado? É essa a prioridade do país? Ou será que o estado tem recursos a mais, que não sabe como ocupar? Suspeito a resposta afirmativa, e antevejo a EQUIPA (palavra repetida à exaustão nos meios de comunicação social.. eles gostam muito de dizer que é uma equipa, é fashion falar em grupo, colectivo, responsabilidade difusa..) de Maria José Morgado a ordenar em conjunto com a PIDE-ASAE e a polícia de choque operações de confiscação dos IPODs nos liceus Portugueses, de modo a que os miúdos não copiem as músicas uns para os outros.

2 comentários:

Jorge A. disse...

"De que serve este esbanjamento de recursos do estado? É essa a prioridade do país? Ou será que o estado tem recursos a mais, que não sabe como ocupar?"

Recursos a mais no estado? Sem dúvida. Que não sabe como ocupar? Não me parece, eles sabem muito bem onde ocupar os recursos... neste caso na prioridade da indústria discográfica portuguesa (aliás, não é a primeira vez que este governo o faz, já o tinha feito a propósito das quotas de música portuguesa nas rádios). Como sempre, os muitos recursos do Estado, são usados para favorecer os interesses dos amigos e próximos do poder.

Anónimo disse...

Mais um desperdício brutal do dinheiro dos contribuintes. O mais espantoso é que se destinem mundos e fundos ao combate da pequena criminalidade. O Apito Dourado, cuja dimensão começa a ser patética, é um de vários exemplos de que o MP está a definir pessimamente as suas prioridades. Gastar milhões com crimes com molduras penais que vão até três anos e que prescrevem rapidamente não lembra ao Diabo. Aquilo que é ainda mais hilariante é o facto de estar em vigor uma lei de política criminal que define prioridades, nas quais não se incluem a investigação deste tipo de crimes. O que significa que o MP (e, indirectamente, os governantes) nem sequer se vê constrangido a respeitar a lei.