2007/06/05

Private Equity (IV) - Encerramento de empresas

O desemprego está na ordem do dia. De um lado defende-se que o importante é garantir-se que as empresas não fechem nem reduzam a capacidade. O como varia de um PS que atira subsídios a um PCP que advogará a nacionalização a um BE que ameaçará com a oratória de Francisco Louçã. Do outro lado estão os que defendem a flexibilidade, o funcionamento dos mercados. Mesmo olhando para o emprego como um fim em si, a flexibilidade é importante, porque ao final o que importa é que abram mais "postos de trabalho" (adoro este termo) do que fechem "postos de trabalho".

Dos que apostam na flexibilização do mercado como melhor meio para se "combater o desemprego" alguns defendem que as barreiras ao encerramento de empresas prejudicam a abertura de novas empresas.

Perguntam os "economistas de esquerda": e porque é que impedir o fecho das empresas prejudica a abertura de empresas? A resposta é simples e terão de acreditar nela, mesmo que não venha no "Das Kapital".

Quando se abre uma empresa existe um projecto de rentabilização, se não explícito, pelo menos implícito. São cada vez mais raros os projectos em que se pressupõe rentabilidade perpétua. Quando o negócio implica o investimento em imobiliário (por exemplo) uma parte importante da entrada futura de rendimentos passa pela venda desses mesmos bens imobiliários no futuro. Quanto mais difícil é o encerramento da empresa mais difícil é a recuperação desse valor terminal, menor o valor do projecto. Quanto menor o valor do projecto ou maior o seu risco menor a probabildiade de este ser implementado. Leia-se, menor a probabilidade de que a empresa e os respectivos "postos de trabalho" sejam concretizados. Esta lógica é simples e aplicada na realidade todos os dias.

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