2007/05/07

A esquerda demora a cair na real

Ela ganhou o debate.
Mostrou que tem o que é preciso para incutir confiança, tomar decisões e estimular reformas "sem brutalizar a França". Mostrou reflexão, convicção, humanidade, serenidade, bom senso, firmeza, abertura para fomentar consensos, capacidade argumentativa, controle, autencidade. Ah, e também audácia, energia e mesmo agressividade q.b.

Presidente Ségolène!, por Ana Gomes no Causa Nossa em 2 de Maio de 2007.
Se as chances já eram reduzidas, o fraco desempenho de Ségolène Royal no debate com Sarkozy tornou praticamente certa a derrota da candidata da esquerda em França.
Sem seduzir o eleitorado centrista de Bayrou era impossível virar o resultado da primeira volta. Ora, a candidata socialista falhou em temas muito sensíveis para esse eleitorado, nomeadamente a segurança, o crescimento económico, a sustentabilidade financeira dos serviços públicos, a começar pela segurança social.

O falhanço, por Vital Moreira na Causa Nossa em 4 de Maio de 2007.
Sem dúvida, continua a ser visível a cegueira ideológica de alguns, e os exageros que muitos estão dispostos a patrocinar em nome do cheerleading da causa.

Felizmente, o ritmo dos factos e a memória presente do que as pessoas dizem tornam bem mais visíveis os sacrifícios à seriedade e as vendas que nos tentam colocar nos olhos. Ontem, alguns não hesitavam em falar em "ameaças de golpe de estado constitucional". Nos dias negros que se avizinhavam de omnipresente "conflito institucional". Outros proclamavam vitórias esmagadoras de derrotados, e programas vigorosos cheios de vento. O que vale é que podemos agora olhar com facilidade para trás, para um passado nada longínquo, e verificar o ridículo.

Temos pena que não se emendem. E que os que se que se queixam das falhas em temas sensíveis ao eleitorado não se lembrem das mentiras e das fraudes eleitorais que patrocinaram ainda não há muito tempo cá por nossas paragens. Os 150.000. Os impostos que não subiam.

Mas, parece que quando são os certificados da casa que o fazem, aí vale tudo.

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