Civilizações ocidentais em estado avançado de decadência civilizacional (again) III

The US Supreme Court has refused to hear an appeal by a high school teacher from Arizona sentenced to 200 years in jail for possessing child pornography.

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Indeed, the prosecutor had asked for a 340-year sentence but the trial judge imposed the minimum of 10 years for each of 20 images - to be served consecutively for a total of 200 years without the possibility of probation, early release or pardon.

BBC News.

Fica a dúvida sobre qual seria a pena pela autoria das imagens, e não somente pela posse.

Quando se condena alguém pela posse de 20 imagens pedófilas a uma sentença de 200 anos de cadeia, sem direito a perdão, liberdade condicional ou redução da pena, quando seria condenado provavelmente a uma pena bastante inferior se o seu crime se tratasse da própria violação ou abuso sexual de um menor ou de um adulto, ou mesmo a uma pena com efeitos prácticos identicos se matasse premeditadamente um indivíduo, cai-se no rídiculo que permite questionar todo um sistema legal.

Cria-se afinal, por aclamação social e "democrática", uma nova variante de "super-crime" que se sobrepõe até ao próprio atentado à vida humana, historicamente o crime mais gravoso de todo o enquadramento penal.

Num mundo em que progressivamente se banaliza o valor da vida humana, e em que a morte violenta se torna um acontecimento trivial que já não atinge a consciência das pessoas a pedofilia (e a sua exploração), pelo seu impacto social e principalmente mediático, tem vindo a ganhar o protagonismo penal das sociedades.

Se calhar, era altura de se pensar no que se está a fazer e no caminho que se está a trilhar. Parar e repensar a proporcionalidade das penas (mesmo que entendidas como punição, não é isso que está aqui em discussão), e pensar a justiça para além do marketing televisivo de causas.