2007/02/05

Os fins justificam os meios

A publicação da lista dos devedores da administração fiscal já permitiu ao Estado arrecadar quase 60 milhões de euros em dívidas que estavam por cobrar, anunciou hoje o ministro das Finanças.

Público Última Hora.
Ao que parece orgulhosamente, o ministro das Finanças veio anunciar hoje os primeiros resultados da iniciativa de colocar online a lista dos principais devedores fiscais. Aparentemente, as smear campaigns dão os seus frutos, e os atropelos à privacidade e as tácticas próprias da mais rasca mercearia de bairro dão os seus frutos, contabilizados em mais uns euros para engordar o estado.

Como tal, deixamos uma sugestão ao sr. ministro, que aliás se poderá integrar perfeitamente no espírito ousado até agora demonstrado, e na reconhecida capacidade de inovação do olímpico director-geral da DGCI: a introdução do toque rectal como método indiciário e de averiguação fiscal. Vão ver que é dinheiro em caixa.

3 comentários:

kota disse...

Isso, dêem-lhe ideias dêem. Ou será que passava a haver mais dívidas?
Em todo o caso, o olímpico sr. ainda não teve tempo de ver, quanto dos cerca de 16500 milhões de euros de dívida existente, nunca vai ser cobrado. Era urgente saber-se isso, pois o ano passado só conseguiram cobrar 1500 milhões de euros. Pelos vistos continuam a ser os mesmos a pagar.

Anónimo disse...

Salvo erro, "smear" quer dizer "difamação". Ora, afirmar algo de verdadeiro sobre um indivíduo não pode ser considerado difamação. Aliás, as próprias leis anti-difamação apenas exigem que o difamador prove as suas afirmações. Desde que as consiga provar, essas afirmações deixam de ser difamação para passarem a ser a afirmação de verdades.

Logo, dizer que um indivíduo tem dívidas quando essas dívidas de facto existem não é "smear". É apenas a divulgação de uma verdade.

Luís Lavoura

JLP disse...

Caro Luís Lavoura,

Os devedores fiscais também têm direito à privacidade. Aliás, tal atitude seria vedada se os credores fossem privados.

Seria até de perguntar se então o LL concordaria com a publicitação em directório publicamente acessível dos nomes das mulheres condenadas por aborto. Afinal, é crime, os factos foram verificados judicialmente, e até poderia ter efeitos dissuasores.

E já agora, de todos os outros crimes. Afinal, os fins não parece que justificam os meios?