Quem sabe, sabe...
Na segunda-feira passada, ainda não se tinha entrado pela tarde e já se relatava o impensável: José Sá Fernandes, vereador da Câmara Municipal de Lisboa eleito pelo Bloco de Esquerda não ia ser convidado para o palco do debate anunciado ("um dos mais importantes de sempre") para o Prós&Contras que teria lugar nesse dia à noite, deixando as rédeas entregues aos representantes dos outros partido com vereação, nomeadamente o PS, o CDS e a CDU, e remetendo o referido JSF para um lugar na plateia.
Não posso, apesar de tudo, deixar de me solidarizar com a queixa. Afinal trata-se, à semelhança de outros critérios utilizados no passado, de uma duvidosa noção de pluralidade do canal público. Nessas circunstâncias passadas, tenho até ideia de ouvir Fátima Campos Ferreira alegar, julgo que no seguimento de queixa ao provedor do espectador, que o programa era de "entretenimento" e não de "debate político", como tal não se justificando o critério de pluralidade e de representação política.
A diferença foi o que aconteceu a seguir. Algumas (poucas) horas depois, já constava do mesmo artigo um post scriptum que anunciava que tudo já estava bem. Lá se tinha arranjado uma cadeira e José Sá Fernandes teria o seu palanque em igualdade com os demais.
Efectivamente, no nosso país não há nada como ter boa imprensa. Principalmente, sendo-se parte daquela esquerda que os nossos jornalistas tanto gostam de apaparicar, publicitar e sustentar o discurso político. Os tais que vem rapidamente clamar por graves violações deontológicas quando alguém afirma com frontalidade apoios fora da cartilha.
Em tempo de celebração de Pessoa, poder-se-à quase dizer que, quando o discriminado é "daquela" esquerda, "Deus" quer, o homem sonha, a obra nasce...
Alterado: Corrigidos os links para o Arrastão, entretanto regressado ao mundo dos vivos.
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