Um estado laico com uma sociedade religiosa
A não perder os artigos de Henrique Raposo no blog da Revista Atlântico, "A América e deus" e "Trancado à chave, deus fica em casa". Fica um cheirinho:
Um governante que vê a política com lentes religiosas está destinado a dizer e fazer disparates. Deus está para a política, como o sexo está para a freira: tentação que convém deixar no fundo do baú.
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Fala-se com insistência que a direita religiosa quer mudar a constituição apenas para impedir o casamento homossexual. Demagogia. Ultramontanice moral da grossa. Quem acha que o casamento homossexual é imoral – legítimo como qualquer opinião - não pode transformar isso em algo de ilegal – ilegítimo. Mudar a lei para impor uma agenda moral não é acto digno de um estado de direito.
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Cada nação deve manter a sua fé. Na sociedade. Isso dá-lhe força enquanto comunidade. Dá-lhe solidariedade. Dá-lhe alma, vida. Mil vezes uma sociedade religiosa a um antro de ateísmo programado e ideológico. Mas uma coisa é a sociedade, outra coisa é o Estado. Quando a fé entra no Estado, deixa de ser fé e passa a ser fanatismo.
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A identidade da sociedade americana sempre foi religiosa. OK. Mas deus é como o cão: fica à porta do escritório; não acompanha o dono até ao trabalho.
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