A cunha divina
Via Diário Ateísta chegamos este vídeo de um momento de pragmatismo de um pastor da IURD, fazendo a apologia do dízimo e detalhando o processo de transferência dos famosos déisporcento.
Curioso será fazer um paralelismo do discurso feito com a vulgar relação dos contribuintes com o Estado:
- Também como em relação ao estado, o dízimo é apresentado como a maneira de quem o dá ver "os seus problemas resolvidos", ou seja, de transferir para uma terceira entidade metafísica a responsabilidade e a tarefa que lhe cabia de resolver os seus próprios problemas.
- O que se procura também é um dizimista fiel, pronto a dar o seu contributo inquestionado mensalmente, mesmo que os tempos sejam difíceis. Melhores dias virão concerteza.
- A demonização da riqueza pessoal: pagar o dízimo não é contribuir, mas sim devolver algo que foi retirado ao "bem comum", seja num caso "Deus", seja no outro o Estado. O receber riqueza não deve ser visto como um benefício por si só, mas sim como o meio de devolver à pool do "bem comum" algo que aparentemente não deveria ter de lá saido, para que a obra seja mantida.
- Assim como o dízimo e a oferta emergiram da "palavra de Deus", também no caso do estado emergiram da Verdade das escrituras, as Constituições proclamadoras do estado social.
- Também (num caso como no outro) além de o dizimista entregar a sua vida, faz também questão que seja entregua a vida de todo o restante povo ainda não iluminado.
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